quinta-feira, agosto 30, 2012

Palavras e imagens da viagem a São Paulo




Como disse na postagem anterior, voltei a São Paulo depois de 11 ou 12 anos. Viagem longa, um pouco cansativa, descobrindo, por exemplo, que a Gol não dá mais bolachinha e sucos para os passageiros. Agora tudo lá encima é comprado. 12 reais o sanduíche e você vai fazer o que? Vai na lanchonete ao lado? Claro que não.

São duas opções: comprar ou não comprar e tentar comer algo no aeroporto. Mas chegando em terra você tropeça com um sanduba de atum nesse valor e pensa: saudades daquelas bolachinhas. Era feliz e não sabia.



Espera chegar a copa para ver aonde vão parar o preço das coisas nos aeroportos

Fui tirando fotos com o meu celular furreca para tentar montar depois um roteiro, como dizem os teóricos literatos, um roteiro imagético, fusão de memórias preservadas pela fotografia e complementadas pela textualidade transcendental da percepção do velho indígena na urbe. Ou algo assim.

Cheguei em Sampa por volta das 11h da quarta-feira (22), um dia antes do III Fórum do programa Onda Cidadã. O Itaú Cultural tinha feito o depósito de uma grana para bancar coisas como transporte e comida e eu já havia feito outros planos para esse dinheiro. Para que sobrasse, fui garimpar na web a forma mais barata de ir do aeroporto de Guarulhos à avenida Paulista. Achei boas dicas nesta postagem “A Bóia em: Ponte Aérea para duros :-)”, do blog Viaje na viagem. Optei pela ônibus executivo, que custaria R$ 35 contra os R$ 115 que o táxi ia me pedir.

Só não deu 100% certo a minha escolha porque o busão parou numa das pontas da Paulista e eu ia para a outra. Como não tinha pesquisado bem as rotas de metrô, deixei de pegar o Consolação em direção à Brigadeiro (barato, seguro e, agora sei, a poucos metros do Itaú Cultural) e entrei num táxi que me largou na porta do hotel por uns R$ 20. Com tudo isso, ainda saiu pela metade do preço o deslocamento.

No caminho, vendo aqueles congestionamentos, sentindo o calor da cidade a baixa umidade do ar, que no dia anterior havia estado em 10%, tasquei no Facebook a seguinte frase com pretensões poéticas:

Sampa seca
parada
cheia de fumaça
e gente acelerada
correndo de outras desgraças.


Profunda, né?

Enfim...

Baixei no hotel, tomei um banho, tentei pegar um táxi até o Museu da Língua Portuguesa, o taxista me dissuadiu, informando que o trânsito estava péssimo e ia demorar e gastar menos se fosse de metrô. Achei bacana a postura do cara, que me deixou na estação Paraíso, na linha que vai direto pra Estação da Luz. 
Já nos subterrâneos, vi que estava rolando festa:

Projeto que vende livros em máquinas. Tem em quase todas as estações


Deixando o metrô lá estava a Pinacoteca, mas essa eu havia visitado da outra vez, no começo dos distantes anos 2000. Fui direito ao Museu (R$ 6 o ingresso, caso te interesse) e vi esse painel enorme com um pouco das características da língua portuguesa, uma sala com mesas em que juntamos palavras projetadas e aparece a origem do termo e a linha do tempo do português.






Depois de uma passadinha na Estação da Luz, de ouvir o cara tocando música sertaneja no pano que deixaram lá justamente para que qualquer um toque o que quiser, de ver as meninas da luz vermelha esperando a freguesia chegar e comprar o produto, fui caminhando para o Mercado Municipal.


No caminho, almoço num bar desses que é a cara de Sampa.
Pensa num sanduba gostoso


Cheguei por volta das 17h no Mercado. Foi só entrar que o celular ficou sem energia suficiente para tirar fotos. Mal dava para olhar as horas. Ainda consegui ficar maravilhado com a organização do lugar e a variedade de produtos mas não demorei muito. Tentei ir caminhando à estação São Bento para fazer o retorno ao Itaú Culturall (ninguém me controla agora que já sei que a estação Brigadeiro fica do lado do prédio deles), mas de loja em loja fui chegando perto demais das 18h.

Cheio de medo de perder o transporte que ia nos levar para o sarau da Cooperifa, peguei um táxi. Lá no Instituto esperei, demorou, esperei, entrei na van, encontrei o Fábio Malini, conheci o Ecio Salles, o Fabrício Noronha e o Ivo Azeredo (todo mundo do Onda Cidadã) e acabamos saindo algumas horas depois do combinado.

O sarau da Cooperifa é realizado no bar do Zé Batidão, no Jardim Guarajá,longe que só da Paulista. Tão longe que dormi na van e ao acordar ainda não havíamos chegado. Na verdade, estávamos perdidos. Nenhuma das vans tinha GPS, só aqueles livros/revistas com mapas de cidade dividida por setor. O povo do teatro que estava em outras vans querendo voltar e os celulares de todo mundo ficando sem bateria, o que impossibilitava consultar o Google Maps. No fim, a solução foi linda: acharam um cara que sabia onde rolava a festa, o sujeito se prontificou a ir lá e ainda curtiu a noite.

E que noite. O sarau é muito, muito bacana. Primeiro o que a esquina do bar do Zé Batidão fica lotadaça. Segundo, rola um clima de respeito com a pessoa que está declamando. Terceiro, geral bate palma quando cada declamador termina. Nessa noite ia rolar uma chuva de livros (mais de 500 volumes para levar de graça) e a entrega de um jogo de camisetas para um time de várzea. Festa bonita, poesia no ar e na mesa o escondidinho de carne do Zé. Foi show. No final ainda entreguei dois livros meus ao Sérgio Vaz, organizador da festa, para a biblioteca da Cooperifa (e, salvo engano, no momento que fiz isso troquei o nome dele por Férrez, um escritor das quebradas de São Paulo. Bem, para quem já chamou de Hubert o Hélio de la Peña isso não é nada). Olha aqui umas fotos desse sarau que acabei de descrever. 


Bem, o texto está ficando longo demais e tenho outras coisas mais importantes para fazer, então vou ser mais sucinto a partir de agora.

Na quinta (23) começaram os trabalhos do III Fórum Onda Cidadã. Muita gente legal, com trabalhos interessantes. Da região Norte, este índio aqui foi o único participante, mas como o mundo digital e real é pequeno, ainda encontrei alguns conhecidos: a professora de jornalismo Ivana Bentes, que 'conheço' desde que cheguei no Brasil e ela apresentava o programa Curta na Tela, na TV Brasil; Sandro K, do grupo Somos, turma que esteve em Boa Vista em 2009 ministrando cursos de redação de projetos culturais; Alexandre  Gomes Vila Boas, do Coletivo 308, outro 'conhecido' da web; e Rene Silva, que vi no Rio de Janeiro no começo do ano, durante a entrega do prêmio Anu Dourado, da Cufa. Lógico que nenhum deles sabia quem eu era, mas o importante não é isso.

Neste link você pode ler o perfil dos participantes do fórum. Tem de tudo: movimento ecológicos, novas tecnologias, fotografia, literatura, música, cinema etc.

Aqui, um pouco do mapeamento feito pelo programa. Caso você, incauto leitor, tenha alguma iniciativa que se encaixe no público-alvo da pesquisa, faça parte. Não se perde nada falando do que se faz. Acessa o site deles.


Foram mapeados 253 GIASCs (Grupos, Ações e Iniciativas Autônomas de Comunicação). Dentre a amostra, 56% se concentra na região Sudeste, 14% no Sul, 14% no Nordeste, 8% no Centro-Oeste e 6% no Norte





Cansei e esse troço ficou comprido...

Vou legendar por grupo as fotos. Dá para sentir como foi a passagem por Sampa quando deixava a reunião do fórum:



Casa das Rosas, casarão construído nos anos 1930, hoje sede do Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. Deixei dois exemplares de meu livro de microcontos Sem Grandes Delongas e um Repoetizando, com poesias de Zanny Adairalba, para serem integrados no projeto Bookcrossing / Campanha "Liberte um Livro". Se alguém de Sampa achar perdido por aí, me avisa.


Programação de agosto e setembro


Sem Grandes Delongas e Repoetizando no projeto Livros Livres

(Fiquei pensando que podiam fazer da Casa de Cultura aqui de Roraima uma espécie de Casa das Rosas. Melhor que deixar o prédio cair.)


Galera do teatro Nós do Morro, que estava em cartaz no Itaú Cultural com a peça Bandeira de Retalhos. Bão que só.




Cartaz da expo Caravaggio e seus seguidores, no Masp. Nele não aparece a fila enorme de lenta para entrar, mas que vale ser enfrentada. As obras do Caravaggio tem 406 de produzidas e são lindas e impactantes. Veja aqui as pinturas que eu vi ao vivo.


Essa pintura foi feita em um escudo que o Caravaggio levava para todo lado.


CENAS DA RUA TEIXEIRA DA SILVA, entre o hotel e a Paulista



CENAS DA AVENIDA PAULISTA



Mosaico no cruzamento da Paulista com a rua Rua Teixeira da Silva
Projeto do Sesc que deixou bonito um tapume na obra que estão tocando na Paulista. Se liga nos minicontos no mural


Avenida Paulista, 9h30, com um trânsito que parece o da rua de minha casa

Outro casarão da Paulista
Quem precisa de Twitter quando se pode ler as manchetes de todos os jornais?
Esse cartaz sempre estava no mesmo lugar. Na primeira vez que o vi, pensei que era o Haddad e um candidato a vereador





Delícia de  bife
Sexta de alegria na Paulista
11 graus. Mesma coisa que estar em Roraima...



 
Memorial à Márcia Prado, no meio da Paulista







Escritor com quem troquei livros no vão do Masp.

R$ 99 na Fnac Paulista. Se não fosse um transtorno de bagagem teria comprado

22 graus. Igual a Roraima

Numa galeria de produtos chineses na Paulista: tudo foi fechado em segundos depois que chegou um alerta da fiscalização se aproximando. Muito, muito rápido eles fecham e depois ficam parados em frente aos boxes, como se ninguém fosse comerciante

Há probreza na Paulista, por onde passam 450 mil pessoas todos os dias, ou uma Boa Vista e um pouco mais de habitantes

Caderno de anotações da professora Beá Meira, relatora do fórum: uma delícia de se ver. Parece uma HQ!




PARA FECHAR, GALERA BACANA QUE ENCAROU A NOITE NA AUGUSTA E NA PAULISTA:


Renato Cafuzo, Pablo Ares, Marcelinho Hora, este cronista, Dudu do Morro Agudo e Rafael Barone. Clique em cada nome para saber qual é a dos caras





MANAUS

Em Manaus, a equipe da Gol mandou os passageiros descerem com os pertences de mão em Manaus pois a tripulação não havia chegado. Eu achei que os nêgos havia se perdido no pagode. Felizmente o reembarque foi rápido.

No trecho MAO-BVB a empresa ficou com pena e ofereceu bolachinhas e bebidas free. O comandante disse que o atraso dele e de sua equipe foi por um congestionamento na ponta Negra causado por um evento cristão. Eu acho que foi pelo pagode, mas tudo bem. O importante é chegar.

Espero não demorar tanto para voltar a São Paulo...11 ou 12 anos é muito tempo para revisitar uma cidade com tantas opções.

domingo, agosto 19, 2012

O retorno à velha Sampa

Depois de 12 anos volto a São Paulo. Na primeira não tinha blog, muito menos twitter ou facebook. Também não tinha máquina fotográfica. Por isso não há registros fotográficos daquela viagem, cujo propósito era fazer a prova do curso de jornalismo do Estadão. A minha lógica era: se não tentar, quem sabe o que poderia ter sido?

Fui, fiz a prova, passei um mês cheio de medo de ser assaltado em Sampa, morei em um quarto alugado no Jabaquara, na casa do professor Branco, dei um pulo de busão um Santa Catarina, na casa dos pais de minha amiga Carla Cavalheiro, voltei, não passei na prova, não tive o meu momento "alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruza a Ipiranga com a avenida São João" e nunca mais retornei a Sampa.

Agora, volto para participar de um fórum sobre midialivrismo. Ou seja, volto por conta de atividades jornalísticas desenvolvidas nos oito anos que tenho de blogueiro e mais recentemente tuiteiro. Quando me fizeram o convite, parei para ver quantos blogs alimento ou subsidio como parceiro: este em que você está, o do Coletivo Arteliteratura Caimbé, o Cultura de Roraima, o Concursos Literários, o abandonado Pai do Indiozinho (lá no wordpress, no qual falava de meu filho) e sabe-se o que mais agora esquecido.

Enfim, é minha primeira viagem fruto desse lance de blogues e mídias sociais. Tomara que seja bacana.

Ah, o fórum é o Onda Cidadã, projeto coordenado pelo professor doutor Fábio Malini, responsável pelo convite.

Olha a matéria do site dos caras:


Fórum Onda Cidadã debate o midialivrismo


Nos dias 23 e 24 de agosto, o Itaú Cultural realizará o Fórum Onda Cidadã . O evento servirá para o debate sobre o Mapeamento das Mídias Livres no Brasil do Programa Onda Cidadã, iniciado no ano de 2009.
O mapeamento, composto por mais de 300 iniciativas de midialivrismo e ativismo cultural, identifica veículos de comunicação por elas utilizados, as formas de sustentabilidade, as metodologias de trabalho, os tipos de profissionais, os públicos preferenciais, enfim, toda uma gama de informações sobre a cadeira produtiva do que tem se chamado de “cultura livre” no Brasil.
A intenção do Fórum é apresentar para esse grupo os resultados obtidos até o momento, comunicar os próximos passos do projeto e articular com o grupo como o programa Onda Cidadã pode contribuir para a cultura livre do país.
Para fomentar esse debate, convidamos midialivristas e ativistas culturais de todas as regiões do Brasil, que também serão entrevistados para documentar, em vídeos, suas histórias na produção da cultura livre brasileira. Essas entrevistas serão publicadas no site do Onda Cidadã, que terá como meta ser um site que reúne história e análise do midialivrismo.

Onda Cidadã

O Onda Cidadã é um programa permanente do Itaú Cultural que busca analisar a produção das mídias autônomas e fomentar conhecimentos que sirvam de base para qualificar o campo da cultura livre no país. O termo Onda deriva das rádios livres e comunitárias, primeiras experiências de midialivrismo que o Onda Cidadã, em 2003, reuniu, mobilizando pessoas e emissoras de rádio comunitárias, públicas e universitárias a fim de estabelecer uma rede de troca de informações e experiências entre profissionais e dirigentes do setor.
Atualmente, o programa congrega e reúne toda uma gama de realizadores midialivristas de diferentes linguagens (digitais, impressas, fotográficas, audiovisuais, sonoras, performáticas etc.

FÓRUM ONDA CIDADÃ 2012

Dia 23 de agosto

- Abertura do Fórum Onda Cidadã
- Dinâmica de Apresentação dos Participantes do Fórum Onda Cidadã
Horário: 10h às 11h
- Mapa das Mídias Livres no Brasil
Horário: 11h às 13h
Écio Salles, Fábio Malini, Marcela Camargo e Marcelle Desteffani apresentam os novos dados sobre a realidade midialivrista no Brasil.
- Debate – Fórum Onda Cidadã – Mídia Livre no Brasil
Horário: 14h30 às 18h30
Desafios: no primeiro momento do Fórum, a estratégia didática é debater o dilemas e desafios da mídia no Brasil atual, para daí extrair – no dia seguinte – um posicionamento estratégico para o programa Onda Cidadã na cena da cultura livre brasileira.

Dia 24 de agosto

- Oficina Tutorializando uma Cobertura Colaborativa
Horário: 10h – 12h30
Dinâmica de grupo em que os participantes irão fazer um post coletivo ensinando aos usuários do site Onda Cidadã como fazer uma cobertura colaborativa para a internet através de seus conhecimentos em ferramentas de publicação, streaming, edição e gestão de redes sociais.
- Mídia Livre no Brasil – Desafios e Proposta
Horário: 15h
A partir de provocações sobre os dilemas da cultura livre brasileira , os midialivristas convidados vão prospectar como o programa Onda Cidadã pode contribuir estrategicamente para o aprimoramento e qualificação da cultura livre no Brasil.
- Relato das Atividades do Fórum Onda Cidadã 2012
Horário: 17h

sexta-feira, agosto 17, 2012

Poema "Valentes" *

O fim de tarde laranja
Anuncia a vinda da lua
E o vendedor de picolé
Finalmente mergulha
Em sua vontade salgada
Sem medo que algo lhe levem
Sentindo a alma ficar leve.

(O claro é de espera, a noite ficou-lhe de lazer)

Cai o sol no meio do mar
Anunciando novos dias
De mergulhos em fins de tarde.
Cai o sol no meio do mar
E se vê da areia, sem esforço,
Mergulhados ele e o vendedor
Descansando suas rotinas.

(Triste sina a de quem tudo espera, feliz de quem tem o mar só pra si)

A lua trouxe espuma à beira
Em breve dia de outras esperanças
Dia de largar tudo e encarar
Praias de todo canto
Esperando ser descanso
Do sol, do vendedor de picolé
E de toda brava gente brasileira.


* Poesia classificada em quinto lugar no segundo concurso literário da Rede de Farmácias Pague Menos - 2012.

Na Folha de Boa Vista: Escritor roraimense é premiado em concurso nacional de poesias

Publicado no jornal Folha de Boa Vista, de 14.08.12


Clique para ampliar.

segunda-feira, agosto 06, 2012

Liberdade, ainda que rapidinha


Depois de uns 2 anos de dor e tristeza por não poder pedalar, finalmente rolou no sábado passado o reencontro entre este que lhes escreve, a magrela e o vento no rosto.

A pedalada foi rápida e com medo de tudo recomeçar, verdade seja dita, mas ao mesmo tempo libertadora. É só alongar antes, durante e depois que a coluna não chia. 





A foto é antiga, deve ter uns quatro ou cinco anos. Tão antiga que onde foi feita era um matagal e virou uma praça (da qual já falei aqui de papagaios e aqui de papagaiadas).

sexta-feira, agosto 03, 2012

Eu, bem na fita da segunda edição do concurso de poesias da Farmácias Pague Menos



A parada foi mais ou menos assim: a Farmácia Pague Menos abriu um concurso de poesias com o tema Brava Gente Brasileira. Eu, que sou venezuelano de origem e brasileiro há mais de duas décadas, me inscrevi para ver o que dava. Eu e mais de duas mil pessoas de todos os estados mais o Distrito Federal.

Desse monte ficaram 100 poesias que vão compor um livro. Das 100 tiraram 10 para dar premiação em dinheiro. E eu, bravo e gentil brasileiro, fiquei em quinto, bem no meio da lista, como a lembrar essa coisa de ser metade de lá, metade de cá.

Só não me pergunta qual foi a poesia inscrita. Sempre esqueço essas coisas. Vou ter que buscar nos meus armários digitais para te mostrar. Até te conto em que estava pensando quando a fiz.

A banca da segunda edição do concurso de poesias da Farmácias Pague Menos foi composta por Marcia Sucupira, mestre em políticas públicas e escritora; Maíra Ortins, coordenadora de artes visuais da Secretaria de Cultura de Fortaleza; e Urik Paiva, coordenador de políticas de literatura, livro e leitura da Secretaria. O resultado foi transmitido de Fortaleza ao vivo pela web nesta quinta, 2 de agosto.

Olha a lista dos 10 primeiros lugares:

1°    Leonildo Soares Cerqueira Miranda   
2°    João Paulo Cardoso Alves   
3°    Adelitta Monteiro Nunes   
4°    André Luis Soares   
5°    Edgar Jesus Figueira Borges   
6°    Hosamis Ramos de Pádua   
7°    Josenildo Maria de Lima   
8°    Giovanna Pinho Pessoa Pacheco   
9°    Raimundo Clementino Neto   
10°   Marco Antônio Furtado Gemaque

Os 90 outros selecionados receberam menções honrosas. Entre eles está Sérgio Bernardo, um dos meus parceiros no Blog Concursos Literários e grande colecionador de prêmios literários. Para ele, meu abraço.

Por sinal, virei cliente da Pague Menos aqui em Boa Vista depois de ter descoberto que vendia as fraldas do Edgarzin bem mais em conta que as demais lojas da cidade.

Olha o e-book. A minha poesia está na página 18. 





Olha aqui o livro online com as poesias da primeira edição do concurso.

Acho que com este serão 10 participações em coletâneas de prosa e poesia.

terça-feira, julho 24, 2012

Viagens e modas novas

Lembra da viagem a Brasília por conta de um prêmio de jornalismo do Sebrae?

Lembra?

Lembra nada. Vai aqui que tu vai saber do que estou tratando. 

Então, usei um blazer pela primeira vez na vida, desmontando o estilo Mulambo de Ser, altamente cultivado ao longo de anos de tradição.

E como o blog serve tanto para publicar coisas que ninguém mais publicaria como para ajudar-me a lembrar do que faço, deixo as fotos da viagem, que rolou com meus colegas Gilvan Costa, Johan Barbosa e Sheneville Araújo no começo do julho. 









Ah, este hai kai ou algo assim foi produzido durante a lua cheia que passamos lá.

sexta-feira, julho 20, 2012

Reflexões sobre o tempo do passado e do presente

Nesta semana vi o DVD d“O homem do Futuro”. Achei fraco no começo, mas logo depois senti que engatou. Do meio da obra em diante começou a parte que achei mais interessante, do ponto de vista da física quântica profundamente estudada por mim em histórias em quadrinhos e outros filmes que abordam  viagens no tempo: o que será que muda hoje quando você tem a chance de alterar o seu passado?

Quando era mais novo e algo importante acontecia, pensava nos “marcos da vida”, aqueles acontecimentos que considero decisivos para estar onde, bem, regular ou mal, estou hoje.  Um pouco de exercício mental e consigo estabelecer diversos.

Na profissão, por exemplo. Se sou jornalista hoje, é por conta de ter lido em um livro da UFRR as ementas dos cursos de jornalismo e de letras. O que fez escolher a atual profissão foi uma disciplina chamada “comunicação comunitária”. Pensei na hora: “uau, que legal. Vou fazer trabalhos em comunidades!”. Me inscrevi, passei e nunca fiz nada parecido. Só engatei nesssa vida depois de formado em Sociologia, escolhida em desfavor de um curso de inglês. Aliás, a sociologia não tem nada a ver com o meu trabalho em comunidades. Se faço isso é por ter conseguido um grupo legal de pessoas para trabalhar e por ter lido muito sobre coletivos em sites. Ah, e por ter conseguido convencê-los. Isto é, eles também fizeram suas opções.

Se estou no Brasil ainda é por ter conseguido aprovação no vestibular de jornalismo. Era isso ou voltar para a minha cidade natal na Venezuela e cursar alguma carreira relacionada a engenharia de minas ou algo do tipo.

Coincidentemente, só viemos (eu e a dona mamãe) para o Brasil por minha causa, que achava meu futuro sem horizontes em Guasipati. Afinal, já no liceu (que engloba da sétima série até o último ano do ensino médio) todos os meus amigos estavam trabalhando em coisas legais, fazendo cursos no Ince, equivalente ao sistema Senai, e eu nada, era apenas um garoto bobo latinoamericano sem dinheiro no bolso.

Enfim, ter vindo para cá determinou para onde minha vida foi nos últimos 21 anos. Nessas duas décadas e um ano registrei um tanto de “marcos da vida”. Rapidamente:

1.Quase fui morto por um bêbado que achou legal apontar uma arma para minha cabeça. Já pensou em que blog VOCÊ estaria lendo um texto agora se o cara tivesse atirado mesmo?

2.Deixei de acertar algumas ofertas de emprego que depois se tornariam tanto muito lucrativas como muito horrorosas. Deu no que deu, né?

3.Escolhi ser pai e morar com a patroa. Daí os caminhos se dividem de fato, tanto financeiramente como amorosamente. Afinal, não dá mais para gastar tudo em viagens, bebidas, prostitutas e outras drogas. Tenho que economizar para garantir um bom presente ao moleque. E também não dá para ir de bar em bar namorando geral.

4.Não estudei o tanto que devia para certas coisas e perdi muito tempo investindo em outras (e muitas vezes em nada).

5.Tentei e desisti várias vezes de aprender a tocar violão. Tivesse aprendido, estaria numa banda, tocando música latina, possivelmente na tua cidade. Naipe de músico o povo diz que não me falta.

Mas agora não quero mais falar dos resultados que as escolhas trazem. Só sei que virar à esquerda ou dobrar para a direita, ficar parado ou ceder a vez faz muita diferença e, sinceramente, não sei em que ponto, caso fosse possível voltar no tempo para mudar algo, faria a alteração drástica de meu passado. Só sei que, de acordo com meus profundos saberes sobre viagens temporais, possivelmente nada seria como é.

Bem, o nível de comentários anda ridiculamente baixo no blog. Mesmo assim, vou deixar aí, jogado  no vento do tempo, uma pergunta: o que você mudaria em seu passado?

Aproveita o clipe da música Tempo Perdido, que ficou muito legal nas vozes dos protagonistas d'O Homem do Futuro: