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segunda-feira, outubro 24, 2011

Dias de Edgarzinho: de declamador a vaqueiro

Seguinte: sou babão com o meu filho, sim. Mas só quando ele respira. Fora isso...

Bem, na verdade, sou bem menos babão que a mãe e os avós de todos os lados. Mas tem coisa que merece ser babada mesmo, como quando ele decide, sozinho, encarar um microfone, pede para arrumarem na sua altura e, mesmo que não se entenda tudo, declama os dois poeminhas que sabe. Foi isso que o Edgarzinho fez na VI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Roraima. Lá  o Coletivo Arteliteratura Caimbé ajudou a organizar um encontro de cordelistas e poetas entre os dias 18 e 20 de outubro.

Edgarzinho Borges Bisneto, que já havia declamando em um sarau do Sesc, não teve vergonha e mandou várias vezes os versos que sua avó Neide lhe ensinou.





 
 No último sabadão, dia de não fazer nada (um nada que incluiu não ir à feira, o que significa que vai ter pouca comida nesta semana), o moleque montou no Dourado, um “cavalo selvagem que vive na casa do vovô Adair”, como ele diz, referindo-se à parte materna que lhe toca.

A princípio com medo, encarou o perigo como só um índio corajoso o faz. Em poucos minutos já estava segurando na crina apenas com uma mão, levando carona e até guiando o animal.


 Com o avó materno, escritor e ex-fuzileiro Adair J. Santos


 
 Se fosse especular como muita gente boba o faz, diria que esse lance de montaria está “no sangue”: meu avô paterno, o finado Santos Figueira foi vaqueiro, dono de várias fazendas e adorava corridas de cavalos. Meu pai, seu Jucá, foi o único dos trocentos irmãos que ficou na fazenda. Rodava Roraima inteiro em suas montarias e chegou a ser jóquei quando jovem e magro. Dizem que fez seu Santos ganhar muitas apostas.

Seu Adair, avô materno, foi criado em um engenho de Palmares (PE), de propriedade do trisavô e bisavô de Edgarzinho. Desde pequeno montou, costume que passou para todos os filhos do primeiro casamento, de onde vem a mãe do Edgarzinho, dona Zanny. Ela diz que monta bem. Nunca a vi fazer isso. Aliás, ontem ela estava apavorada com o moleque dando uma de ginete.

Eu? Bom, basta dizer que aprendi a andar de bicicleta aos 14 anos. Para não dizer que nunca montei num cavalo, tenho uma foto num carrossel e outra sobre um bicho de verdade, mas só fazendo posse, lá pelos meus 2, 3 anos de vida. Essa é a prova da falibilidade do ditado “tal pai, tal filho”.

sexta-feira, julho 25, 2008

Sincretismo

- Tenhamos a mesma fé, ela me disse, bem perto do ouvido.

- Mas eu sou ateu, respondi.

- Não interessa, baby. Reza em mim que eu rezo em ti, argumentou.

Eu, que sempre fui aberto ao sincretismo, obedeci e entrei no paraíso que ela me oferecia.

terça-feira, abril 15, 2008

Coragem


- Alô, a Bruna está?


Agora vou falar para ela como a acho bonita e gostosa. Quer dizer, gostosa não vou falar. Pode ficar chateada se falar tão claramente a verdade, mas que ela é um pedação de morena, ah, isso ela é. Vou convidá-la para ir tomar um sorvete no final do expediente e vamos ver o que rola. Ah, se ela deixar vamos de beijo na boca hoje. Aliás, que droga de beijo na boca. Eu quero é beijar o cangote dela, morder suas costas, passar a mão no bumbum, sentir todos os seus cheiros, tomar banho pelado, fazer o mundo girar até de manhã. Ai, Deus, se ela topar, hoje vou te dar um alô no paraíso e volto logo em seguida pra terra. Hum, se ela soubesse como esse sorriso e esses olhos me encantam...aposto que ela sente a minha vontade de beijá-la cada vez que a vejo passar por...


- Oi, é a Bruna!


- Oi, Bruna. É o Davi. Tô te ligando para lembrar que hoje é o último dia de entregar as freqüências do pessoal de teu setor. Falou? Abraços. Tchau...


quinta-feira, setembro 27, 2007

Paixões afiadas

Depois de passar semanas negando, não teve como esconder que estava amando. E era uma paixão feroz, daquelas que deixam marcas, que arroxeiam.
A sorte dela era sua pele morena, menos sensível às marcas que se destacam nas moças brancas depois de uma sessão amorosa mais exaltada.


Para seu azar, entretanto, sua melanina estava dissolvida na mistura do pai negro e a mãe branca. Sendo assim, as marcas da paixão eram visíveis no seu ombro direito naquela manhã de quinta, expondo-a às piadas e perguntas indiscretas dos colegas.

Obviamente, nada que a faça desistir de seu amor de unhas mal cortadas e dentes afiados.