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sexta-feira, dezembro 12, 2014

Check-list cultural da depressão



Em dezembro de 2014, as coisas estavam assim:

1.       Casa da Cultura: fechada
2.       Intendência: fechada
3.       Centro Multicultural da Orla: fechado
4.       Teatro Carlos Gomes: fechado
5.       Museu Integrado de Roraima: fechado
6.       Biblioteca municipal: fechada
7.       Biblioteca estadual: só funciona em horário comercial e não abre aos finais de semana... Quase fechada, então.
8.       Galeria do anfiteatro do parque Anauá: fechada
9.       Bibliotecas dos municípios: quase todas fechadas
1.   Prédio antigo da Secretaria Estadual de Educação: abandonado

quarta-feira, agosto 28, 2013

Sobre as aparências dos mais médicos, ops, das pessoas

Gente, quando me virem por aí de cabelo solto no naipe “vagabundo desempregado”, brinco na orelha, bermudão, chinelo de dedo, comendo em churrasgatinho e com essa cara de índio pobre, saibam que tenho duas graduações, uma pós, já escrevi um livro, tenho filho, pago minhas dívidas, já plantei muitas árvores, ajudo meus parentes, faço a tarefa de casa com meu moleque e pago meus impostos direitinho.

Traduzindo: não é a aparência que define a sua formação, capacidade e caráter.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Poema para emagrecer em Dubai

Sobre a matéria da campanha de emagrecimento em Dubai, ontem, no Fantástico:

Vou embora pra Dubai
Lá sou amigo do sheik
Terei um pouco de ouro
Para cada quilo que perderei.


..............

sexta-feira, abril 12, 2013

A cobertura das estrelas

(Ou uma conversa imaginária com muitas pessoas por aí em mais de uma década nesta área)

- Ninguém divulga as nossas ações. Eles não dão atenção ao que fazemos.
- Eles quem?

- Os poderosos, os donos da mídia, os jornalistas, esses vendidos.

- Você faz algo que mereça ser destacado, que valha a pena ser analisado para ver se vira notícia na imprensa?

- Faço. Eu sou quem mais faz aqui.

- E divulga?

- Claro! No Facebook, em meu twitter, em meu blog. Todos os meus amigos sabem disso.

- E manda pelo menos um texto avisando as redações, os jornalistas, esses vendidos, do que faz ou deixa de fazer?

- Mas para qué? Já está tudo lá na internet! Eles não pegam por maldade, por preguiça ou incompetência.

- Hum...quer dizer que o lance é eles, os malvados, os preguiçosos, ficarem ligados no que você, a salvação sócio-política-cultural do universo, está fazendo ou deixando de fazer, como se não houvesse nada mais nada no mundo?

- É claro. Afinal, jornalista tem que ficar ligado,eu sempre estou muito ocupado trabalhando e não tenho tempo para ficar avisando das coisas linda e fantásticas que ando fazendo....

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Rumo ao 21° aniversário de vida em Roraima

23 dias sem escrever no blog. Talvez ninguém tenha sentido falta. Afinal, ninguém reclamou...

O fato é que só criei coragem para sentar e digitar algo por conta de meu próximo aniversário de moradia em terras brasileiras. Dia 3 de fevereiro, nesta sexta-feira, completo 21 anos fora da Venezuela.

Lembro que cheguei de Guasipati em um domingo quente, como todas as segundas, terças, quartas, quintas , sextas e domingos de fevereiro. A rua da nossa casa ainda não era pavimentada (isso aconteceria um ano depois, com a prefeitura primeiro colocando paralelepípedos. O asfalto só veio em 2010), e a poeira invadia todos os espaços da casa, da alma, da vida.

Acho que em alguma postagem já falei sobre isso, mas não consegui achá-la. As dores nas costas também não ajudam na concentração necessária para buscar com calma esse material para colocar o link de referência. E vamos combinar, inexistente leitor, que você não ia clicar nele.

Inexistente leitor é um termo interessante, né? Talvez seja errado. Talvez seja melhor inexistente leitor comentarista. Não que eu possa ser a palmatória do mundo. Quando posso/consigo/me lembro de visitar blogs dos conhecidos e desconhecidos, nem sempre comento.

Bom, mas o foco hoje é falar dos 21 anos de minha vida em Roraima. Ando de mau humor com a vida e a vida me retribui da mesma forma. Devo esclarecer que o problema começou com ela. Eu sempre a aceitei do jeito que vinha, acreditando que o amor à vida começa achando que tudo poderia ficar pior mas está bom mesmo assim.

A vida, no entanto, tem sido sacana. Sabe aquela namorada ou namorado que você, inexistente leitor ou leitora, curte pra caramba mas ele ou ela só te bota guampa (bá, termos gaúchos saindo, tchê!) e mesmo assim você continua babando? Então...esses somos eu e a vida. Eu ali, quieto, fazendo de tudo para querê-la e ela ali, fazendo mal a quem só lhe quer bem.

“Ai, como estás dramático!”, pensarás, caro inexistente. “Vai ser feliz, olha o que você conseguiu, o que você é, o que você tem e tals”, acrescentarás, explicitando e denunciando tuas leituras de livros de autoajuda.

A conta não se equilibra, respondo-te, seco, com vontade de aceitar como válida a máxima “a grama do vizinho é sempre mais verde”.

Para resumir minha decepção com vida, fico com a parte financeira. Afinal, o bolso e o cartão são as partes do corpo, depois da coluna, pescoço e braços, que mais doem em mim há uns dois anos. E como o corpo é uma organicidade, a dor de um vai gerando dor no outro, em um ciclo vicioso que só não me joga na depressão porque não tenho tempo nem espírito para ficar depressivo.

Ok, o foco são os 21 anos de Roraima...já contei como foi a viagem da Venezuela para cá? Nunca? Não vai ser hoje também. Minha coluna já começou a chiar, reclamando dessa história de fazer postagens longas em um computador que não está ergonomicamente ajustado para minha situação de portador de três hérnias, lordose e outro troço que agora esqueci.

Vou desafiar a dor e continuar, mas em tópicos, citando algumas coisas boas que fiz nestes 21 anos.

1.Terminei o ensino fundamental, médio (com uma reprovação e várias recuperações), duas graduações e uma especialização.
2.Escrevi um livro digital, outro impresso, publiquei em vários países, em vários jornais, revistas, sites e blogs.
3.Amei algumas mulheres de bem e de mal, não todas as  que gostaria, não todas as que me atribuem, não todas as que poderia.
4.Tive um filho que me surpreende com suas frases poéticas e assusta quando tem crises respiratórias.

(Vou mudar o foco da lista, enfiando coisas ruins também.)

5.Estudei muito mas não me foquei em coisas mais produtivas, como um concurso público para um emprego que pagasse bem. Ou capacitação para abrir um negócio.
6.Ganhei em 2010 o diagnóstico de 3 hérnias e outras coisas ruins na coluna. Isso me deixou com pouca margem para trabalhar tranquilo e ganhar grana afim de bancar o elemento do item número 4.
7.Viajei para alguns lugares interessantes.
8.Pedalei em alguns lugares interessantes.
9.Fiz trilha em alguns lugares interessantes.
10.Conheci algumas pessoas interessantes e muita gente com a qual não vale a pena conviver (passo mal só de estar no mesmo espaço).
11.Virei representante da turma da literatura da região Norte junto ao Ministério da Cultura, integrei o sindicato dos jornalistas de Roraima, fui do Diretório Central do Estudantes da UFRR, montei um coletivo literário, fiz teatro.
12.Nesses 21 anos sofri muito com o calor de Roraima. Essa foi uma constante. Calor me irrita. Neste fevereiro, além da alta temperatura, apareceu a poeira de vários meses sem chuva. A cidade está horrível.
13.Senti muito tédio.
14.Abri este blog, no qual é possível, para o desocupado leitor inexistente, achar boa parte de minha vida registrada em fotos, comentários, links, matérias de jornal e postagens.
15.Fiz o bem como ativista da cultura e da literatura. Quero fazer mais, mas fazer o bem custa caro em tempo e em dinheiro.
16.Ganhei alguns prêmios literários, de jornalismo e até de cinema.
17.Ganhei muitos desafetos.
18.Escrevi para ti, meu leitor inexistente.

Bem, podeira falar de outras coisas mas não estou com vontade, tempo e concentração. O lance era apenas deixar registrado no blog que sexta-feira, 3 de fevereiro, completo 21 anos de Roraima. Vou comemorar indo pro samba, pro rock e para onde os (poucos mas seguros) amigos me levarem.

Beijos na bunda e até outro dia de coragem.

domingo, outubro 16, 2011

Convidado para o Rio, mas só chego se for boiando

Os tempos andam difíceis. Ou quiçá não, talvez seja eu que ando vendo muito prejuízo no decorrer de uma vida que anda normal sob o ponto de vista da maioria. Caramba, o que estou escrevendo não faz muito sentido.  Nunca fui com textos labirínticos. Posso escrever tão mal que ninguém vai entender, mas não o faço propositadamente.

Enfim, o negócio é o seguinte: a situação tá preta (às favas o politicamente correto) lá na minha maloca (às favas parte 2 o politicamente correto). A grana ficou curta demais para muita demanda, as dores geradas pelos problemas na coluna não arredam pé, não vejo perspectivas de  melhoria, estou ficando velho etc. etc.

Ok, tirando a parte da velhice, para tudo pode se encontrar um jeito de melhorar. Possivelmente as sessões de RPG que comecei semana passada me deixem melhor, o que me possibilitaria voltar a encarar por mais tempo os computadores. Isso traria de volta minha capacidade de passar horas escrevendo, função da qual tiro minha renda, e garantiria um extra lá na baixada onde me escondo. Sim, eu sei, coisa de pessoa sem espírito empreendedor ficar pensando em trabalhar como jornalista. Poderia abrir uma empresa de qualquer coisa e botar os outros para fazer isso, mas...

O fato é que os tempos andam difíceis e as alegrias são poucas. E quando chegam, parecem que só trazem mais decepção. Foi o caso de um e-mail que recebi da Funarte há uns dias, informando que fui selecionado para participar do I Encontro Funarte de Políticas para as Artes, que vai rolar de 8 a 10 de novembro no Rio de Janeiro. 


MESA DE BOAS PRÁTICAS II
 

DATA: 10 de novembro
SALA: Sala Portinari, 2º andar
HORÁRIO: 14h às 16h

 Projeto Caminhada Arteliteratura – leitura, arte e alegria nos Territórios da Cidadania
Edgar Borges, Coletivo Arteliteratura Caimbé

Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro
Tercio Araripe, Grupo Uirapuru

Oficina Permanente de Teatro e Circo
Vania Rocca, Casa do Menor São Miguel Arcanjo

Ser Tão Teatro: núcleo de pesquisa continua e difusão da arte teatral
Christina Streva, Diretora artística e fundadora do Coletivo Ser Tão Teatral

 Numseikitem: teatro quase mudo
Murilo Cesca e Lucas Baumer, Cia. Nuseikitem

Mediador: Elaine Grosmann, CEACEN/Funarte




A seleção não se baseou no meu charme indígena, no meu sotaque venezuelano ou nas fotos de meu filhotinho lindo. Foi fruto da análise do trabalho “Projeto Caminhada Arteliteratura – leitura, arte e alegria nos Territórios da Cidadania”, texto que me tirou umas boas horas de descanso depois que cheguei do Amapá. Como um dos selecionados ano passado com a Bolsa Funarte de Circulação Literária, falaria sobre o projeto na mesa de boas práticas II, lá no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro.

Olha, vou te confessar, quando comecei a ler o email na tela de meu celular, fiquei feliz. Poxa, nunca apresentei nada em um evento parecido, para uma platéia de várias partes do Brasil (aliás, nunca apresentei nada em canto nenhum). Falaria do projeto, do Coletivo Arteliteratura Caimbé, da importância de desenvolver ações literárias em áreas indígenas.

Falaria, no pretérito, é o tempo certíssimo do verbo. Ao ler o final do e-mail, vi que hospedagem, deslocamentos e alimentação correm por minha conta se quiser ir. Tivesse chegado esse e-mail em julho não haveria problema. Mas a vida não é justa. Chegou agora, depois de ter pego várias pancadas financeiras em todos os bolsos de minhas calças, sem exceção.

Bom, como um não sempre está garantido para quem pede, decidi arriscar e falar com a chefia maior do local onde trabalho. Diria que fui convidado pela Funarte e Ministério da Cultura (enfatizando bem esses nomes, para encorpar a frase) para um encontro muito importante para a cultura local e pediria a passagem e diárias. Rá! Como eu sempre digo: o “não” sempre é garantido e o “sim” é lucro. Adivinha, curioso leitor, o que ganhei?




Te matei de curiosidade com esses espaços a mais entre um parágrafo e outro, né? Claro que peguei um “não” como resposta. Obviamente muito justificado e tal, o que não diminuiu minha decepção. Em não sei quanto tempo trabalhando nesta instituição, só fui pedir apoio duas vezes, para duas chefias diferentes. Nas duas peguei o “não” como resposta.

Um e outro colega me disse para tentar com algum parlamentar pelo menos a passagem. Sinceramente? Já não curto pedir de meu local de trabalho, quanto mais de um parlamentar. Se ganho a passagem, fica fechado um acordo implícito para sempre elogiá-lo mesmo quando tiver certeza de que o mesmo está fazendo algo muito ruim para a sociedade. Aí não cola.

Resumindo, aqui estou eu, convidado para um evento muito importante e sem plata para me bancar nele. Meu nome já está na programação oficial divulgada no site da Funarte e minha desilusão já está publicada neste blog, lincada no facebook e divulgada via Twitter. Acho que inconscientemente espero que os acessos ao blog compensem minha frustração.  ;-)

Há uma leve chance de ir. Mais leve que ir, é verdade. Depende de dois fatores interligados diretamente. Se rolar, rolou. Se não, bem feito para mim que não estudei o suficiente para ganhar um bom dinheiro todo mês, que declaro imposto de renda e que não tenho parentes importantes.

quinta-feira, julho 07, 2011

Epitáfio #1

 Eu nunca tive problemas com o mundo. O mundo é que vivia me trazendo problemas.

sexta-feira, maio 27, 2011

Sequência de Ponte para Terabítia será filmada em Roraima

Nem Rio de Janeiro, nem Paulínia. Hollywood já confirmou: a sequência do filme Ponte para Terabítia será produzida em Boa Vista, capital de Roraima, estado brasileiro que está quase todo no hemisfério Norte.

http://2.bp.blogspot.com/-COVg_6pbg-4/TWHTdn9iB6I/AAAAAAAAA5Y/3E3gdPg6ps4/s1600/ponte-para-terabitia08.jpg
A ponte original
A vinda das equipes de cinema americano à Amazônia está sendo comemorada pelas equipes que planejam as políticas de turismo, lazer e cultura na capital. O estúdio responsável pelas filmagens foi convencido pela infraestrutura que lhe será oferecida. Além de ficar  mais perto dos EUA do que em qualquer outro Estado, a produção executiva do filme gostou da ideia de filmar numa “ponte” preparada especialmente para o filme.

O cenário principal ficará sobre o igarapé Mirandinha, na parte que separa os bairros  Aparecida e Caçari, bem ao lado da avenida Ville Roy, o que também vai facilitar o deslocamento das equipes. 


Futuro local das filmagens.
Área onde foi retirada material para plantar grama à margem do igarapé canalizado. Ação deixou descobertas raízes de árvores

Nova ponte para Terabítia

 A área foi recentemente desmatada pela Prefeitura de Boa Vista para canalizar o igarapé, inicialmente uma medida tomada para combater severamente o processo de poluição do curso d`água. Descobriu-se agora que, apesar de todas as evidências contrárias,  jogar concreto no leito do igarapé sob a alegação de urbanizar a área tinha a nobre finalidade de gerar empregos e visibilidade para a capital.

A sequência, conforme os produtores, pode vir a ter outro nome. Os americanos estudam chamar o filme de “Ponte para Aparecida”, fazendo uma ligação com a santa padroeira do Brasil, ou “Ponte para a praça do Caçari”, uma alegoria ao avanço das áreas urbanas sobre os rios e igarapés da Amazônia.

Antes mesmo de começar as filmagens, a obra municipal, injustamente criticada há algum tempo, já desperta a atenção de outros estúdios de cinema. Executivos e diretores avaliam a possibilidade de fazer algumas cenas para um novo Mad Max. O mote seria o começo de tudo o que resultou no mundo árido e sem vida que rodeou Mel Gibson nas telas, uma espécie de capítulo zero da trilogia.



Hollywood negou veemente os rumores sobre o igarapé Mirandinha ser cenário para um remake de Crocodilo Dundee. "Paul Hogan está muito velho. Além disso, na Amazônia só há jacarés. Fosse pouco, o jacaré de dois metros que estava sendo cogitado para estrear o filme foi pego no próprio igarapé usando produtos ilegais na noite desta quinta-feira 26 pelo Corpo de Bombeiros. Isso inviabiliza a produção", afirma um comunicado do estúdio.

Leia algumas matérias sobre a obra no igarapé Mirandinha:



terça-feira, maio 17, 2011

quarta-feira, agosto 11, 2010

Literamistura


Nesta quarta sou uma mistura infame, intragável e cinza d’A Segunda Infância de Manoel de Barros, Aline de Adão Iturrasgarai, do bangue-bangue em HQ de Jonan Hex e dos hai cais de Mário Quintana e Paulo Leminski.

Reclamações ou informações, favor dirigir-se ao balcão 4, à sua esquerda, terceira porta azul-céu-antes-da-chuva.

Lá tem um folheto para distribuição gratuita sobre o final de um evento de vídeo indígena. Pode pegar e ler enquanto o atendente não chega. Com certeza o vagabundo saiu.

Agora, com sua licença, se você não vai escrever nenhum comentário, deixe a freguesia circular.

quinta-feira, agosto 05, 2010

OFF




Às vezes, é desse jeito mesmo:
Muito silêncio e pouco barulho.
Às vezes, é pior do que isso:
Excesso nas ideias, pouco juízo.
Às vezes, é melhor ficar assim:
Uns no exagero. Eu, aqui, miudim.

quarta-feira, junho 23, 2010

Defeituoso

Depois que o pemoncito Edgarzinho nasceu não consigo encontrar o meu botão de “f*¨º-$#!” em português, espanhol, pemón ou inglês. 

Estou perdendo oportunidades por conta disso. Ou o encontro logo ou mando instalar um com os comandos em outro idioma.

terça-feira, maio 25, 2010

Quando gentileza não gera gentileza

 
Sou um incompreendido. Sem dramas nem estresse, sou um incompreendido. Uma vida de timidez, concisão, ironia e sarcasmo deixaram marcas na imagem que as pessoas, mesmo as que não me conhecem, fazem de mim. Não que eu me importe com elas, fique claro. A questão não é a pouca importância que dou às opiniões externas, mas a surpresa que ainda me causam quando as descubro.

Não foi uma ou duas vezes que as pessoas chegaram e me disseram: “nossa, como você é legal. Não parece com a pessoa que me descreveram”. Quer dizer, há quem não goste de mim e invista seu tempo propagando isso. É verdade que, consciente ou inconscientemente, minha vida pregressa sempre deu motivos para essas opiniões desabonadoras a meu respeito.

Me chamam por aí de tudo um pouco. Ainda bem que sempre há quem me defenda. Por exemplo, a mesma guria que em um papo me nomeou “escroto”, conforme seu próprio relato, acrescentou que apesar disso gostava muito de mim, pois sou “muito legal”. Vá entender esse paradoxo.

Sou fruto do passado. Em certa época, para tentar manter a ordem numa sala com mais ou menos 10 figuras insubordinadas e enroladoras, adotei uma postura mais rígida. Fiquei com a pecha de “mandão, grosso, insensível e durão”. Sem fazer alarde, após refletir sobre a maturidade e responsabilidade que os demais devem ter no seu trabalho, fui mudando. Pena que ninguém percebeu até hoje.

A questão é que toda vez que tento ser MUITO educado acabo me dando mal. A história mais engraçada em torno de cortesia e gentileza envolveu o aniversário de uma colega. Chegamos eu, Zanny e Edgarzinho na peixada, prontos para comer um tambaqui sem espinha. Aquele burburinho de recinto cheio, um zum-zum-zum que ninguém se entende e me aproximo da aniversariante para parabenizá-la:

- Oi! Parabéns pra você, muito anos de vida e muita plata no bolso! (Sorriso aberto, demonstrando felicidade.)

- Obrigado, Ed! (Sorriso aberto, demonstrando felicidade)

- E quem é esta senhora? Tua mãe? Nossa, como ela é nova! Parabéns pela sua filha, viu? (Tentando ser gentil com a mãe de minha colega.)

- ....., (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que a mãe de minha colega diz)

- Edgar, ...... (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que minha colega diz)

- Ei, como tua mãe é nova. Parece mais nova que tu, heim? (Tentando ser engraçado para agradar a mãe alheia.)

 - Edgar, ...... (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que minha colega diz)

Fui sentar, comi meu peixe, brinquei e no final descobri que a “mãe” de minha colega na real era sua amiga querida e que a mesma tinha saído da mesa chorando por ter caçoado dela. Minha amiga não acreditou quando disse que havia sido sem intenção, que tentei ser gentil, que aquilo ou outro. Resumiu a história com um “Te conheço, Edgar. Tu fez de propósito” e o assunto é tabu numa hora e motivo de risadas em outra até hoje.

Dia desses, na instituição onde trabalho, fui pegar um documento para assiná-lo. Com aquela boa vontade e sorriso no rosto que sempre esbanja comigo (atenção: ler frase anterior com inflexão de ironia), a menina do gabinete me passou o papel. Errei e como não podia rasurar, voltei lá. Para evitar a cara feia da secretária (vai que fui o que não soube pedir o documento antes), usei uma velha, mas segura construção:

- Tira outra cópia, por obséquio.

- Hã?

- Tira outra cópia, por obséquio.

- Por o que?!

- “Por favor”, disse-lhe a colega de sala, ajudando a esclarecer o significado da frase.

- Ah, tá. Depois eu levo.

E lá fui eu, anotando mais uma para a coleção de situações esquisitas em que vivo me metendo toda vez que tento ser MUITO gentil.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Cenas do cotidiano real e virtual


No mural do laboratório, vários recortes de matérias de jornal. Todas falando muito bem da empresa, claro. Afinal, o laboratório é anunciante do jornal.



(- E mesmo que não fosse, Edgar, tu acha que alguém ia colocar matéria ruim na parede de seu estabelecimento?


- Arg! Eu sei. Mas pagando fica mais fácil, né?)



No programa de TV, alguém passa mensagem: “o #bbb10 é o melhor de todos”. Deus, esse alguém viu todos? Vai ler, seu coisa!


(- Edgar, BBB é divertimento, é lazer, é para relaxar.


- Aluga um filme então. Vai jogar baralho, vai à praça ou ao playground conviver com o mundo.)



Na revista de futilidades, a manchete: “Fulana quer ser mãe em 2010”. Leitores ávidos pela notícia enriquecem a editora.


( - Há quem precise saber dessas informações.


- Pior que há...)



No Twitter, Facebook, Orkut e blogs, ególatras em festa. Falam em relacionamentos virtuais sinceros mas nada de apertos de mãos nas ruas.


( - Apertos de mãos passam germes. Melhor teclar.


- Tá certo.)

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

A favor da hipocrisia


Afinal, detesto a sinceridade que a balança usa ao me repassar informações sobre essa (má) relação entre meu peso e minha estatura.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Tuitadas que geram um post
(Ou o que mais gostei de escrever no @borgesedgar na última semana)











Segundas-feiras são como vírus. Toda semana aparece um novo.


@ElayneTavaress : Toda segundona é como uma sexta-feira...13


É por isso q curto @ricardoarjona :“hay tantos lunes que los viernes están armando sindicatos.” Ô a letra completa: http://bit.ly/N0JSm
 Sei,é a lógica "ruim com ele,pior sem ele",né? RT@carlacavalheiro começamos a 2ª trabalhando muito!Graças senhor por termos tanto trabalho!


Quem é tu mesmo? #4palavrasdepoisdosexo #muitolouco


Tem desconto pra índio? #4palavrasdepoisdosexo


Inda bem que acabou... #4palavrasdepoisdosexo


Se Deus está em todo lugar, precisa berrar ao chamar por ele,seu Pastor? Ou já é treinamento para comício?


Falta de respeito! Não zoa, não! RT @ElayneTavaress @eudiene o edgar só gosta de barulho quando é o som do Djavu, que horror!!!


O pessoal da Presidência da República andou acessando o Crônicas da Fronteira. Se fosse no Irã ficava preocupado


Fala tio @BenttesRR ! Se os anjos do fim do mundo excederem o limite dos decibéis com suas trombetas, multa neles!


Em #Roraima, presidentes de clubes de futebol, federações e escolas de samba ficam até + de 20 anos no cargo. E o povo reclama do #Chávez


Gripe.A única doença que derruba e maltrata este índio, mesmo quase imune a vírus por ter contato diário com todas as porcarias urbanas.


Lá na aldeia,p/ sarar,usamos o descanso na rede, muito suco de acerola,laranja e abacaxi e os bons cuidados de missionária loira gostosona


@prefeiturabv Conselhos de carnaval 1: se for dirigir, não beba. Se bebeu,passe o volante p/ quem não o fez ou volte para casa de táxi


Retuitem,plis: Turma que gosta de literatura, sigam o @coletivocaimbe para saber como vai ser o #diadapoesia2010 e outras ações


As redes sociais entram na briga eleitoral de #Roraima ao som do samba: http://www.youtube.com/watch?v=RYKXMfvxFeA


Dia 20, cinema de graça com o Coletivo Caimbé. Chega junto http://migre.me/k3Il


quinta-feira, dezembro 17, 2009

Sei lá...


Ultimamente ando me achando acima de tudo e de todos, principalmente do peso.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Dependendo da hora



Há dias em que me dá uma vontade falar com pessoas que não vejo há tempos. Nesses dias lembro de você. Não sei o motivo, mas lembro de você. E quando te vejo, me perco três segundos em ti e a vontade passa.



Há dias em que perco a fé na humanidade. Daí penso que o mundo poderia ser pior e me tranquilizo.



Há dias em que penso em mandar todo mundo àquele lugar. Se não fosse a educação que mi madre me dio, lo haria sin problemas. Maldita educación.



Há dias em que siento ganas de besar la primera boca que por ventura aparecer na minha frente. Lamentablemente solo me salen cosas horribles y por eso me quedo quieto, bien quieto.




Quieto. Hay dias para estar quieto y hay dias para puro movimiento. Exatamente como os movimentos dos seios da minha vizinha recém-casada quando sai de casa às 17h para sua sessão diária de exercícios. Pura maldad. Pura mentira, pura verdad.


Que no me lea nadie. Que no lo lea nadie. Que nunca me vea nadie. ¿Qué vamos a ganar con tanto y con tan poco?

quarta-feira, junho 24, 2009

De quinta

Ei, tu que acha me conhecer, cadê tu? Ando meio dividido entre minhas dúvidas e as muitas recentes dívidas. Ando numa inquietação à década de 80, saca? Aquela dividida entre a depressão econômica e a euforia melancólica. Ando de carro. De carro velho, gerando custos e jogando CO2 a rodo no ar. Nas melhores horas, caminho um pouco na chuva leve, dividido entre usar proteção ou empapar a camiseta. O tempo já era. Ficou. Perdeu. E agora, o que tu me diz? Vamos de camiseta com manga comprida ou vamos comer manguita? Tá no tempo, tá no clima. E me diz, por favor, me diz que já não me amas, que não pensas mais em mim, que em mim não paras de pensar e tudo o demais é mentira, mesmo aquilo que até parecer ser verdade. E se a questão é ver, cerveja no copo de pinga, água na taça de vinho, vinho no gargalo, please....please, sim, we cant, me apetece, tire a sua roupa e tira a minha também, mas não tão rápido. Ando numa preguiça que nem te conto e se você bater a porta de novo nessa fúria posso até gamar, mas nunca vou me apaixonar por você. Mesmo que isso provoque seu ódio. E ódio, eu sei, eu sei, eu sei, baby, é o que ando provocando. Parece uma plantação: plantinhas de ódio regadas com muito carinho e orgânicas, para afastar bons olhados. Coordenaremos tudo, apontaremos as alternativas corretas, marcaremos as opções indicadas e talvez passemos, talvez fiquemos, mas tudo será por nosso própria (ir)responsabilidade e não poderemos jogar a culpa em ninguém. Quer dizer, poder, a gente talvez não possa, mas vamos fazer. Afinal, se tá no morro é pra subir e voltar voado, com as mãos cheias de música e um diploma no bolso sem grana, sem esperança, mas de grife, que a gente é pobre mas superlativo.