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sábado, dezembro 05, 2015

Olha como foi uma entrega de livros para alunos da escola estadual Mário David Andreazza


Este momento bacana aconteceu nesta sexta-feira (04.12.15), resultado de uma parceria que misturou o Coletivo Arteliteratura Caimbé (eu, indo conversar com o povo várias vezes para explicar a proposta e definir as compras), o ponto de cultura Escola Forrozão (salve, Mario Moura), a escola Mário David Andreazza e recursos do governo federal para fazer a compra e deixar na escola centenas de obras de autores roraimenses. 

A turminha ali atrás já iniciou as leituras e os comentários que nos fizeram foram ótimos e divertidos. 

E ainda deu para bater um papo bom com o Tana Halú e a Elimacuxi e reencontrar umas pessoas que havia mais de anos estavam sumidas por Boa Vista.


Depois das fotos, vem o texto que foi publicado no blog do Coletivo Caimbé explicando melhor o que aconteceu.


Elimacuxi

Eli e Tana Halú





Gente escolarmente linda!


Nesta sexta-feira (4) aconteceu um Sarau Literário e Musical na escola estadual Mário David Andreazza, no bairro Caimbé, Boa Vista.


No meio da programação, foi realizada pelo ponto de cultura Escola Forrozão a entrega simbólica de mais de 200 exemplares de livros de vários autores locais. Como fomos nós que intermediamos a compra, conversando com o pessoal sobre a importância dos estudantes terem contato com a literatura feita por autores de Roraima, fomos convidados a falar sobre as obras e sobre o nosso trabalho.


Participaram deste momento tão bacana os escritores Edgar Borges e Elimacuxi (autores dos livros, respectivamente, Sem Grandes Delongas, de contos, e Amor para quem odeia, de poesia) e Tana Halú, ilustrador do Tangolomango da Massa. 


A conversa foi rápida, mas divertida. O melhor de tudo foi saber que muitos estudantes já estavam lendo os livros e que o conteúdo lhes agradou.


Essa é a semente que queremos ver germinar: uma geração de leitores que leia a nossa geração de escritores, criando novas ondas literárias a médio e longo prazo.
Este ano, por sinal, o Coletivo Caimbé articulou, via seus projetos aprovados juntos ao Governo Federal e mais essa iniciativa do ponto de cultura Escola Forrozão, a compra de quase 600 exemplares de obras de escritores e ilustradores roraimenses. O material foi e está tendo distribuição gratuita em escolas indígenas, de Boa Vista e nos Saraus da Lona Poética. 


Estamos aí, fortalecendo a nossa cena e contando com mais pontos de cultura e escolas fazendo o mesmo. Se tiver qualquer boa vontade de fortalecer a ação, vem falar conosco. Afinal, ler é bom demais!

quarta-feira, julho 27, 2011

O teste




Pedi a Deus que afastasse o cálice
Ele não atendeu.
Pedi a Deus que parasse de testar minha fé
Ele riu.
Jogou o cálice aos meus pés.
Era ouro com prata, lembro bem.
 Brilhava.
Desviei o olhar e o cálice se mexeu.
O cálice do Senhor, meu Deus, estava vivo!
Eu já sabia, mas a surpresa foi o tipo de movimento
O cálice virou um corpo
E o corpo estendeu seus braços
E me abraçou nas pernas
E subiu e a boca do corpo me beijou.
O beijo tinha gosto de vinho tinto
Eu, que havia pedido a Deus para afastar o cálice
Eu, que confundi fé com fidelidade
Eu, que nunca recusei misturar vinho com amor
Eu não resisti e na rua das Oliveiras
Bebi o conteúdo do corpo do cálice e me embriaguei
Como nunca o havia feito.
Naquele momento, Deus, em sua infinita ironia,
Percebeu que a história dos homens sempre se repete.

Fotos de Tana Halú

segunda-feira, abril 04, 2011

Diário de caminhada – 25 de março de 2011 - Nas comunidades Boca da Mata e Sorocaima II

  

(Publicado no blog do projeto Caminhada Arteliteratura)

Mais uma vez seguimos nossa viagem rumo às comunidades indígenas de Roraima. Desta vez, as atividades foram realizadas na seguinte ordem: pela manhã estivemos na Boca da Mata e à tarde em Sorocaima II, ambas no município de Pacaraima.

Nesta terceira viagem do projeto tivemos a simpática presença do artista plástico José Napoleão, que chegou de Minas Gerais para realizar uma oficina cultural na sede do Coletivo Arteliteratura Caimbé.


Ao chegarmos na comunidade Boca da Mata, localizada às margens da BR 174, encontramos pais, alunos, professores e representantes de outras comunidades indígenas reunidos no malocão central.

Após as atividades e o preenchimento das fichas sócio-culturais da Funarte, Edgar convidou alguns moradores para oficializar a entrega do kit literário. Foram repassados às mãos do tuxaua e professor Aldemárcio 29 livros de autores roraimenses que a partir daquele momento passaram a pertencer à comunidade.

A visita foi finalizada com aplausos, agradecimentos e a confirmação de nosso regresso no dia 13 de maio. Voltaremos trazendo alguns dos autores dos livros entregues para conversar com a comunidade. A nova visita coincidirá com a realização de uma programação voltada à literatura na escola Tuxaua Antonio Horácio. Acreditamos que vamos enriquecer o dia.

Também faremos a entrega dos livros arrecadados na campanha de coleta de exemplares de prosa e poesia.

Veja as fotos em Boca da Mata









As atividades realizadas em Sorocaima II foram desenvolvidas na Escola Indígena Manuel Barbosa, que atende também a outras comunidades próximas. O professor e tuxaua Rivelino havia organizado tudo para nossa chegada e encontramos todos –crianças, jovens e senhores da terceira idade, bem animados.

Após apresentar a equipe aos presentes, Edgar falou sobre o projeto Caminhada Arteliteratura, como se deu a idéia do projeto e sobre o apoio da Funarte /Minc.


Falou sobre a importância da leitura, dos livros, do conhecimento e ainda de seu sonho de conseguir, através do projeto, despertar o interesse daqueles jovens de forma que, daqui a alguns anos, ao reencontrá-los, veja que alguns se transformaram em escritores.

Em seguida, Tana Halú iniciou uma roda de contação de história. Depois foi a vez do professor Rivelino contar a lenda da onça e do jabuti e cantar junto com as crianças moradoras da comunidade uma canção na língua indígena macuxi.



A sessão de desenhos revelou boas surpresas.


Por fim, um kit com 29 livros de autores roraimenses foram repassados às mãos do professor Rivelino. Após a entrega, demos por encerrada as atividades daquela tarde e marcamos nosso retorno para o dia 13 de maio, trazendo a nossa caravana de escritores.


As conversas e as trocas de idéias e de histórias seguiram de forma agradabilíssima, após o evento.

Nesta caminhada encontramos participantes de 13 comunidades indígenas:
Boca da Mata, Arai, Samã II, Sol Nascente, Bananal, Pacaraima (a sede do município), Santa Rosa, Sorocaima II, Sorocaima I, Guariba, Ingarumã e Nova Esperança.


“ Como relatar o brilho encontrado
Em cada um daqueles olhares?

Como descrever o riso inocente
Estampado em cada um daqueles rostos?

Como definir a magia que se dá entre
Doar um tempo tão curto
E receber algo tão belo:
A gratidão?”
(Zanny Adairalba)






















A Comunidade Sorocaima II está localizada às margens da BR 174, bem perto de onde as torres de energia elétrica que, vindas da Venzeuala, abastecem Boa Vista e outras cidades estado de Roraima. Apesar disso é iluminada apenas por um gerador que funciona poucas horas por dia, deixando quem não tem o seu próprio gerador no escuro. Internet? Só a mais ou menos 20 km de distância, na sede do município.

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O projeto Caminhada Arteliteratura foi um dos contemplados pela Bolsa de Circulação Literária da Funarte e Ministério da Cultura.


domingo, março 13, 2011

Dia Nacional da Poesia 2011 – Uma festa ao ar livre

 (Publicado originalmente no blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé)

E mais uma vez fomos às ruas de Boa Vista para comemorar o Dia Nacional da Poesia.

Esta foi a III edição do evento “Poesia na Praça”, uma iniciativa do Coletivo Arteliteratura Caimbé. Optamos por realizá-la na avenida Jaime Brasil, centro comercial de Boa Vista - RR, para presentear os transeuntes com muita poesia e música.
O evento começou às 9h com duas exposições fotográficas: uma do Fotoclube Roraima e outra de poemas e imagens produzidas pelo Coletivo Caimbé, além de um varal de poesias que chamou a atenção de quem passava pelo local.
As pessoas foram se aproximando e logo tínhamos um bom número de amantes da literatura brasileira, reunidos numa grande festa poética.
O evento contou ainda com a participação de vários artistas locais que abrilhantaram ainda mais o momento. O poeta gaúcho Eroquês Gaudério e sua linda filha Giovana Krystine, de apenas 8 anos, encantaram os espectadores com a sua performance.
Também estiveram presentes Daniel Moraes, que variou entre declamações próprias e de poetas como Fernando Pessoa; a atriz Vera Vieira, que com muita simpatia, recitou textos de autores nacionais e locais; o diretor de Cultura do Sesc- RR, Chico Pinheiro; o cantor e compositor Marcos Terra; e o diretor teatral Márcio Sergino, entre outros conhecidos.
Apesar da ameaça de chuvas, que haviam sido muito fortes na sexta-feira, o sábado foi agradavelmente nublado e frio, sem nenhuma gota para nos atrapalhar.
O encerramento do III Poesia na Praça ficou por conta do cantor de reggae Mike Guy-bras. Nos últimos acordes de sua apresentação São Pedro decidiu molhar a Jaime Brasil, provocando aquela correria de retirada de material e proteção de equipamentos. Ainda bem que foi apenas um chuvisco leve, bem leve.
A proposta de levar poesia a lugares públicos teve mais uma vez bons resultados. As declamações, a comercialização de obras literárias e a satisfação estampada nos olhares atentos dos espectadores provam que este tipo de ação é muito bem recebida pela comunidade.
Agradecemos o apoio da Fetec, do Sesc-RR e do Fotoclube Roraima em mais esta intervenção cultural.

Se tiver curiosidade, veja nestes links como foram as comemorações do Dia Nacional da Poesia em 2010 e em 2009.

Aproveite as fotos feitas por Edgar Borges, Zanny Adairalba e Chico Pinheiro: 

Poeta Eroquês Gaudério



Atriz Vera Viera
Zanny Adairalba divulgando o evento
Declamações
Varal de fotografias e fotopoemas
Tana Halú declamando
É na infância que a gente começa a gostar de poesia

DJ Paul declamando
Chico Pinheiro lendo um cordel de Zanny Adairalba
Responda a pergunta de Edgar Borges
Daniel Moraes
Declamadora que fugiu do trabalho para recitar seu poema
Érica Figueredo, da TV Globo local
Giovana Krystine recitando poemas de seu pai, Eroquês Gaudério


Zanny Adairalba e Mike Guy-bras
Alexia Linke
Cordéis de Zanny Adairalba
Zanny Adairalba, Edgar Borges e Tana Halú

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Levando literatura às comunidades indígenas de Roraima

A turma do Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, iniciou as atividades do projeto Caminhada Arteliteratura, contemplado em 2010 com a Bolsa de Circulação Literária - Funarte/Ministério da Cultura.
O blog do projeto já está no ar. É clicar aqui e acompanhar direto as notícias.
A seguir, um relato de Zanny Adairalba sobre a viagem inicial às comunidades indígenas do Baixo São Marcos.


Diário de caminhada - 15 de Janeiro de 2011

Acordamos cedo esta manhã. Para chegarmos às comunidades, além de carro, teremos que fazer uso de uma balsa para a travessia do rio Uraricoera. Água, blocos de anotações e câmeras fotográficas no carro e pronto. É hora de pegar a estrada.




Saída de Boa Vista rumo à região do Passarão, passagem obrigatória para chegar ao Baixo São Marcos. A cidade fica para trás. Daqui para frente, só natureza!


Passando pela Serra da Moça, onde fica uma comunidade indígena, mas ainda não pertencente aos Territórios da Cidadania.


Primeira parada.



São 8 da manhã e perdemos a balsa. Agora é esperar seu retorno.



Um pescador chegando pelo rio Uraricoera. A cena relata a poesia viva do cotidiano Amazônico.


Depois de uma hora e meia de espera, o motor do rebocador avisa que vamos partir. Todos a bordo parecem bem à vontade. Menos eu, que sempre gostei de manter meus pés em terras bem firmes.





Chegamos em Campo Alegre, uma comunidade fundada em 1982 que hoje possui 203 habitantes, 2 escolas (uma estadual e outra municipal) e um micro-hospital em processo de construção.

Os moradores indicam onde podemos encontrar o Tuxaua, Sr. Jadir, e seguimos a seu encontro. Mais à frente avistamos um senhor sentado à sombra de um galpão de palha, com seus pertences de trabalho (bolsas, canetas e papeis) numa mesa de madeira, anotando numa planilha de planejamento todas as atividades da comunidade para 2011.



Nos apresentamos e Edgar começa a descrever como serão realizadas as atividades.
“Acredito que esse projeto será muito importante para nós. É a primeira vez que teremos uma ação como esta aqui dentro da comunidade”, diz seu Jadir, que antes de assumir a posição de Tuxaua trabalhou 26 anos como professor.

Evento marcado, seguimos em direção à comunidade Vista Alegre, percorrendo mais 28 km de estrada de piçarra.


Na comunidade, de 530 habitantes, fomos recebidos pelo 2º Tuxaua, o Sr. Zildo, que também exerce a profissão de professor e nos falou sobre trabalhos realizados pelos moradores e outros projetos que beneficiam a comunidade.


Após apresentação do projeto, marcamos o dia para a realização do evento, recebido com entusiasmo pelo Tuxaua.

Deixamos a comunidade Vista Alegre depois do meio-dia.




Pegamos a RR-319 em direção a Boa Vista cansados mas já com aquela sensação de início de missão cumprida. Conversando sobre os pontos fortes da viagem,
Edgar questiona o que mais chamou minha atenção nesse primeiro contato. Sem sombra de dúvidas, a seriedade no tratar sobre a melhoria da comunidade e o senso de responsabilidade presente nos dois administradores (tuxauas), foi algo que me deixou impressionada.

Bons ventos levam os pássaros. Esperamos que à nossa caminhada também.