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quarta-feira, janeiro 26, 2011

Projeto Caminhada Arteliteratura - 1ª visita às comunidades indígenas de Pacaraima 

Diário de caminhada - 20 de Janeiro de 2011

Escrito por Zanny Adairalba no blog do projeto Caminhada Arteliteratura

O relógio desperta antes de o dia clarear. São cinco horas de uma sexta-feira e o café da manhã é feito de forma rápida para não atrasar a viagem. Hoje a visita será feita às comunidades Boca da Mata e Sorocaima II.

Desta vez também usaremos a BR 174 em direção à Venezuela mas não haverá travessia em rios, balsas e outros medos.

Em compensação o percurso é bem maior que o realizado para chegar às primeiras comunidades indígenas visitadas. Depois de um bom tempo de viagem, as placas indicam que entramos na área indígena São Marcos, que logo depois se cola com a Raposa – Serra do So, formando um único Território da Cidadania.

Aqui o usufruto da flora e da fauna é exclusivo dos indígenas, como alertam placas ao longo da BR 174.

Para poder voltar a Boa Vista, temos primeiro que deixar o Brasil e abastecer na Venezuela. Gasolina muito barata (coisa de centavos de real por litro) gera filas demoradas.


Para tentar controlar o descaminho, a Polícia Federal de Pacaraima estabeleceu dias de abastecimento baseados nas placas dos carros. Mesmo assim, a fila é única e demorada. Quem não quer passar horas esperando apela pros abastecedores clandestinos, que vendem combustível a um real por litro. Em Boa Vista, o mais baixo valor é R$ 2,83 o litro.



Abastecidos e almoçados em Santa Elena de Uairén, do lado de lá da fronteira, baixamos a Serra de Pacaraima.



Ao chegar na primeira comunidade, Sorocaima II, não conseguimos encontrar nosso contato mas deixamos com um parente dele um documento explicando o que queremos fazer e quando.


Nossa próxima parada é Boca da Mata, comunidade com mais de 400 moradores, já em área de cerrado, ou lavrado, como chamamos por aqui.

Encontramos o tuxaua Carlos conversando com o professor Mauro enquanto supervisionava a limpeza das ruas. Fomos convidados a fazer parte da roda para explicar o motivo de nossa visita. Tivemos aprovação imediata e já marcamos para a manhã de 18 de março a atividade.




Com esse contato fechamos a etapa de visitas para agendamento das atividades dentro das comunidades indígenas. É importante destacar que em todas fomos recebidos com entusiasmo por parte dos administradores que, imediatamente, demonstraram-se conhecedores da importância dessa ação assim como bastante interessados que projetos como este continuem acontecendo.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Arte no Front Brasil - Venezuela



15h do penúltimo domingo de 2008. É hora de partir, baixar a Serra de Pacaraima e voltar para casa, que segunda tem trampo. Os carros que transportam a banda Iekuana pegam a estrada, esquivam dos buracos e dizem adeus à turma que esteve no II Front, o encontro cultural da Tríplice Fronteira Brasil, Venezuela e Guiana. Mas peraí, que este é o final da história e nem sempre o final reserva a grande surpresa.


É preciso voltar até a terça-feira (16), quando meu amigo Rhayder Abensour, guitarrista da Iekuana, me convidou para acompanhar os roqueiros até Pacaraima. Viagem liberada pela dona da casa, deixamos Boa Vista, capital de Roraima, às 15h30 do sábado. A viagem, já com duas horas de atraso criadas pela espera do término de gravação do CD demo da banda, foi mais demorada do que se pensava. O carro onde estavam o batera Jamil Abensour e o baixista Dant Aliguieri quebrou depois da ponte do rio Uraricoera, a uns 80, 85 km da cidade. Pára, reboca, pára, conserta, anda devagar, a noite chega, os buracos na estrada aparecem, o vidro do retrovisor cai de tanta pancada e estamos em Pacaraima, sede do município homônimo, por volta das 19h.


Chegamos na quadra coberta coberta de Pacaraima, local onde o fotógrafo, doutor em plantas medicinais e amante das artes Joacir Freitas decidiu realizar o II Front desta vez. O primeiro foi há um ano, reunindo artistas do Brasil e da Venezuela no Centro Cultural Terra de Makunaima (sem acento mesmo), chalé erguido numa das encostas da área central da cidade, numa área que preserva a mata da serra e fomenta a interação com a natureza.


Chuva forte, vento frio, o II Front começa. Toca reggae a banda Gui-bras, tocam rock e outros sons quem estiver presente, como Airton Vieira (Tom Vi), professor Nelson, Raul Cover, uns hippies que estavam na cidade e, para fechar a programação oficial, a Iekuana, que entrou meia-noite e pouco em cena.


Mais de uma hora depois, programação oficial encerrada, a gatíssima ex-vocalista da falecida banda LN3 assume o microfone e começa a mandar rock, reggae e hip-hop com uns carinhas muito bons que acompanharam quase todo mundo na noite do Front. Em dueto e sozinha, Alessandra, se não me falha a pesquisa no Google, empolga o restante da turma que ainda não foi dormir ou voltou para o Centro Cultural. 30, 40 minutos e larga o microfone, que é assumido, entre outros, por Avinashi (guitarrista da Iekuana), Stalen (vocal Iekuana, mandando ver com Capítulo 4, Versículo 3, do Racionais MCs) e outros doidos que subiram a serra apenas para cantar e ouvir música.


Este é, sem dúvida, o melhor momento da noite: começa a rolar uma roda-viva de músicos e vocalistas tocando e cantando no improviso, sem ensaio, apenas seguindo a música. Nesta jam sessiom fronteiriça surge uma banda com guitarra base e solo, batera, baixo teclado, bongo, gaita e dois ou três vocalistas. Muito bom. Pena que ninguém filmou ou gravou esta madrugada musical.


Depois de recolherem tudo, parte da turma volta para, supostamente, dormir nas barracas montadas no Terra de Macunaíma. Que nada. Quem havia saído cedo do ginásio estava lá tocando e cantando, fazendo rimas em espanhol, português e inglês, bebendo e rindo, conversando sobre o mundo e sobre arte, olhando as fotografias e desenhos em exposição ou simplesmente deliciando-se com uma boa Polarcita, a cerva venezuelana.


Enquanto isso, eu pensava em ter que entrar cedo na fila da gasolina e no cansaço para dirigir de volta a BV. Por conta disso, fui dormir lá pelas 3h30. Quer dizer, fui tentar dormir. Como não quis ficar na barraca, deitei no banco do carro. 30 minutos chegou o primeiro do nosso grupo pedindo desculpas e abrindo o porta-malas. Mais 30 minutos e chega o restante fazendo barulho. E tudo

isso acontecendo e o povo da cantoria ainda na ativa, o que se estendeu até depois das seis.


Às 7h, estava de pé, tomando um banho frio numa manhã fria, e às 7h20 estava na fila do posto de combustível venezuelano que fica a 100 metros da fronteira, única fonte de abastecimento dos carros que chegam em Pacaraima. Gasolina a muito menos de um real, espera de duas horas e pouco, volto para o Terra de Makunaima e a cantoria já retornou, acrescida de leituras de poemas.


Para fechar: todos os da Iekuana fomos a Santa Elena, compramos, voltamos, comemos o churrasco, conversamos, saímos às 15h e ainda não havia acabado a festa do Front. Só não ficamos mais tempo por que segunda é dia de chegar cedo e vender a alma ao chefe por uns trocados no fim do mês.


quinta-feira, dezembro 18, 2008

Previsões

Diz a manchete de página do jornal Roraima Hoje, um dos três que circulam em BV:




13º salário
Quase R$ 15 milhões circulando no final de semana

Escreve o repórter no lide:

Governo do Estado e Prefeitura de Boa Vista pagam, neste final de
semana, a segunda parcela do 13º salário de seu funcionalismo público,
o que representa cerca de R$ 14,730 milhões injetados na economia
local.

Diz o povo na sala:

- Vai ter tanto assalto este final de semana.
- Tanto neguinho caindo no golpe da baluda
- Os trombadinhas vão fazer a festa.
- O comércio vai ficar um inferno.
- E os caixas? Já pensou nas filas?
- A estrada para Santa Elena vai congestionar.
- Ei, e a fila da gasolina. O negócio é sair cinco da manhã e chegar
cedo para não pegar fila.
- Acho melhor usarem o cartão de débito. Grana viva só na segunda.
- É, mas é bom não usarem muito. Olha a crise.
- Ei, tá feio o negócio. Se vacilar, ninguém chega em fevereiro
- Tu viu a reportagem de ontem no Jornal Nacional? As montadoras tão
pagando para os operários ficarem em casa e vão dar férias coletivas.
Ninguém sabe se vão voltar.
- Eu, heim...
- E em fevereiro, que vem de uma só vez IPTU, IPVA, escola dos meninos...
- É...
- É...

- Vamos investir na exportação?

- Hum...sim...para aproveitar a implantação da ALC e da ZPE, né?

- Boa, boa, boa.
- Vamos trazer coca da Venezuela e revender para ganhar um extra?
- Ou então maconha da Guiana?
- E se a gente for pego?
- Pois é. Se tiver que pagar advogado, já era o IPTU, IPVA, escola dos
meninos...
- Melhor ficar quieto.
- É vero.
- Mas que era uma boa idéia, era. Se não fosse o IPVA...


terça-feira, outubro 09, 2007

Frases atrasadas sobre o feriadão...


Quinta-feira, show morno e sem graça com o Flávio Venturini.

Sexta-feira, 19 anos de criação do estado de Roraima.

50 pampeiros esperando abastecer no posto de combustível instalado a 40 metros da fronteira com a Venezuela.

Uma hora na fila dos turistas esperando para encher o tanque com a gasolina venezuelana a 1.400 bolívares.

Um real comprando 2.030 bolívares.

Santa Elena de Uairén lotada de brasileiros comprando eletro-eletrônicos com preço de puerto libre.

Santa Elena, definitivamente, a cidade de praia dos boa-vistenses.

Congestionamento nas ruas, soldados controlando o trânsito armados com fuzis.

Chuva na Gran Sabana...

De repente, acabam os bolívares dos cambistas e há filas nos bancos para sacar mais dinheiro.

Viagem de retorno lenta. Despacito, pero seguro.

Cansaço.

Queda na cama. E assim se vai a sexta, sem casamento do Luciano na Igreja Matriz, sem show da Elba Ramalho no parque Anauá.

sábado, junho 16, 2007

Caindo na estrada


Sábado: até Pacaraima, cerca de 200 km

Domingo, mais 18 km e pega um bus de Santa Elena até Puerto Ordaz, mais ou menos 600 km


segunda, terça e quarta, aqui:
Quinta, pegar o bus de volta à noite, atravessar quatro ecossistemas diferentes (cerrado, selva, serra e a savana venezuelana), amanhecer em Santa Elena e chegar em casa lá pelo meio-dia, passando por mais dois ecossistemas (serra e cerrado).
Quem disse que viajar não é entrar em contato com a natureza?
Fora isso:
Acaba neste domingo o arraial Boa Vista Junina 2007, uma promoção da Prefeitura de Boa Vista. A apuração do concurso de quadrilhas, a grande atração da festa, deveria ser neste sábado, mas uma chuva com ventos muito fortes atrapalhou tudo na sexta e os últimos dois grupos sobem ao tablado hoje.
Semana que vem começa o Arraial do Anauá, uma promoção do Governo do Estado.
As chuvas deixam a cidade menos estressante para quem não gosta de calor. Já quem se locomove de bike ou moto, sofre. Olha o depoimento da Sâmia, chateada com a chuva.
A partir de agora, postagens direto da Venezuela, dependendo do tempo livre.
Promessa de viagem: ao voltar, quebrar algumas barreiras de tempo pela monografia e mais uma tentativa de retomar contato com algumas pessoas das quais gosto muito.

segunda-feira, abril 09, 2007

A música

Ok, há quem não goste do Maná e ainda há quem nunca tenha ouvido falar da banda mexicana. Há também quem acredite que o Acústico MTV e a gravação com o Santana foram as únicas coisas que eles fizeram na vida

Tudo bem. A sete quilômetros da linha fronteiriça, ali na vizinha Santa Elena de Uairén, muitos venezuelanos nunca ouviram falar de muitos nomes famosos no Brasil. São conseqüências da diferença de idiomas e da mania dos programadores de rádio de privilegiar as bandas e cantores anglo-saxões.

Superar as barreiras da língua permite que nos deliciemos com letras como a que está logo aí abaixo. Fher, vocalista do Maná, faz um duo com Juan Luis Guerra, grande nome da música latina. O vídeo é pura poesia e é estrelado por atores de padrão físico diferente de outros vídeos da banda. Bonitos, porém com aparência de gente normal, como eu ou você, e não de modelos.

Quer dizer, bonitos como eu, de acordo com as afirmações de minha mãe, dona Neide.

Para os interessados, Bendita tu luz está disponível em dezenas de links no YouTube e no Guatevídeos. Neste site também é possível acessar vídeos de outros artistas latinos.

Bendita tu luz

Bendito el lugar y el motivo de estar ahí
bendita la coincidencia.
Bendito el reloj que nos puso puntual
ahí bendita sea tu presencia.
Bendito Dios por encontrarnos en el camino
y de quitarme esta soledad de mi destino.
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
desde el alma.
Benditos ojos que me esquivaban,
simulaban desdén que me ignoraba
y de repente sostienes la mirada.
Bendito Dios por encontrarnos
en el camino y de quitarme
esta soledad de mi destino.
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada, oh.
Gloria divina de esta suerte,
del buen tino,
de encontrarte justo ahí,
en medio del camino.
Gloria al cielo de encontrarte ahora,
llevarte mi soledad
y coincidir en mi destino,
en el mismo destino.
Épale
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada.
Bendita mirada, oh,
bendita mirada desde el alma.
Tu mirada, oh oh,
bendita, bendita,
bendita mirada,
bendita tu alma y bendita tu luz.
Tu mirada, oh oh.
Oh oh, te digo es tan bendita
tu luz amor.
Y tu mirada oh, oh.
Bendito el reloj y bendito el lugar,
benditos tus besos cerquita del mar.
Y tu mirada, oh, oh.
Amor amor, qué bendita tu mirada,
tu mirada amor.