domingo, janeiro 30, 2011

Boa Vista Versificando


Cinco versificadores participaram da terceira leva de #Versificados em Boa Vista, aqui na ponta Norte do Brasil.  

As poesias foram publicadas nos classificados do Jornal Roraima Hoje, na edição do sábado 29 de janeiro de 2011.

Comente à vontade. Esperamos você em fevereiro.



quinta-feira, janeiro 27, 2011

Cuando me enamoro


Se liga na percussão suave, envolvendo as vozes de Enrique Iglesias e Juan Luis Guerra. Aí você acompanha também a história do clipe, claro.
Você não sei, mas eu fui voando lá pra minha infância e juventude e fiquei o tempo todo sorrindo, lembrando dos amores (correspondidos ou não, é o que menos importa) daqueles tempos.

Na cena do garoto e a diretora, lembrei também de uma professorinha do ensino médio na escola estadual Gonçalves Dias. Não da minha turma, mas do pessoal de outra sala. Professora de química. Linda, cabelo curto, pernas grossas, vestidinho de garotinha do campo, morenaça, tipo feita para mim.
Todos ficávamos na parede esperando vê-la passar para o começo das atividades. Ai, nunca as 13h25 foram tão atraentes..

Cuando me enamoro a veces desespero,
cuando me enamoro,
cuando menos me lo espero, me enamoro
se detiene el tiempo, me viene el alma
al cuerpo, sonrio, cuando me enamoro...

Curte aí que agora minhas mãos voltaram a doer.





quarta-feira, janeiro 26, 2011

Projeto Caminhada Arteliteratura - 1ª visita às comunidades indígenas de Pacaraima 

Diário de caminhada - 20 de Janeiro de 2011

Escrito por Zanny Adairalba no blog do projeto Caminhada Arteliteratura

O relógio desperta antes de o dia clarear. São cinco horas de uma sexta-feira e o café da manhã é feito de forma rápida para não atrasar a viagem. Hoje a visita será feita às comunidades Boca da Mata e Sorocaima II.

Desta vez também usaremos a BR 174 em direção à Venezuela mas não haverá travessia em rios, balsas e outros medos.

Em compensação o percurso é bem maior que o realizado para chegar às primeiras comunidades indígenas visitadas. Depois de um bom tempo de viagem, as placas indicam que entramos na área indígena São Marcos, que logo depois se cola com a Raposa – Serra do So, formando um único Território da Cidadania.

Aqui o usufruto da flora e da fauna é exclusivo dos indígenas, como alertam placas ao longo da BR 174.

Para poder voltar a Boa Vista, temos primeiro que deixar o Brasil e abastecer na Venezuela. Gasolina muito barata (coisa de centavos de real por litro) gera filas demoradas.


Para tentar controlar o descaminho, a Polícia Federal de Pacaraima estabeleceu dias de abastecimento baseados nas placas dos carros. Mesmo assim, a fila é única e demorada. Quem não quer passar horas esperando apela pros abastecedores clandestinos, que vendem combustível a um real por litro. Em Boa Vista, o mais baixo valor é R$ 2,83 o litro.



Abastecidos e almoçados em Santa Elena de Uairén, do lado de lá da fronteira, baixamos a Serra de Pacaraima.



Ao chegar na primeira comunidade, Sorocaima II, não conseguimos encontrar nosso contato mas deixamos com um parente dele um documento explicando o que queremos fazer e quando.


Nossa próxima parada é Boca da Mata, comunidade com mais de 400 moradores, já em área de cerrado, ou lavrado, como chamamos por aqui.

Encontramos o tuxaua Carlos conversando com o professor Mauro enquanto supervisionava a limpeza das ruas. Fomos convidados a fazer parte da roda para explicar o motivo de nossa visita. Tivemos aprovação imediata e já marcamos para a manhã de 18 de março a atividade.




Com esse contato fechamos a etapa de visitas para agendamento das atividades dentro das comunidades indígenas. É importante destacar que em todas fomos recebidos com entusiasmo por parte dos administradores que, imediatamente, demonstraram-se conhecedores da importância dessa ação assim como bastante interessados que projetos como este continuem acontecendo.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Levando literatura às comunidades indígenas de Roraima

A turma do Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, iniciou as atividades do projeto Caminhada Arteliteratura, contemplado em 2010 com a Bolsa de Circulação Literária - Funarte/Ministério da Cultura.
O blog do projeto já está no ar. É clicar aqui e acompanhar direto as notícias.
A seguir, um relato de Zanny Adairalba sobre a viagem inicial às comunidades indígenas do Baixo São Marcos.


Diário de caminhada - 15 de Janeiro de 2011

Acordamos cedo esta manhã. Para chegarmos às comunidades, além de carro, teremos que fazer uso de uma balsa para a travessia do rio Uraricoera. Água, blocos de anotações e câmeras fotográficas no carro e pronto. É hora de pegar a estrada.




Saída de Boa Vista rumo à região do Passarão, passagem obrigatória para chegar ao Baixo São Marcos. A cidade fica para trás. Daqui para frente, só natureza!


Passando pela Serra da Moça, onde fica uma comunidade indígena, mas ainda não pertencente aos Territórios da Cidadania.


Primeira parada.



São 8 da manhã e perdemos a balsa. Agora é esperar seu retorno.



Um pescador chegando pelo rio Uraricoera. A cena relata a poesia viva do cotidiano Amazônico.


Depois de uma hora e meia de espera, o motor do rebocador avisa que vamos partir. Todos a bordo parecem bem à vontade. Menos eu, que sempre gostei de manter meus pés em terras bem firmes.





Chegamos em Campo Alegre, uma comunidade fundada em 1982 que hoje possui 203 habitantes, 2 escolas (uma estadual e outra municipal) e um micro-hospital em processo de construção.

Os moradores indicam onde podemos encontrar o Tuxaua, Sr. Jadir, e seguimos a seu encontro. Mais à frente avistamos um senhor sentado à sombra de um galpão de palha, com seus pertences de trabalho (bolsas, canetas e papeis) numa mesa de madeira, anotando numa planilha de planejamento todas as atividades da comunidade para 2011.



Nos apresentamos e Edgar começa a descrever como serão realizadas as atividades.
“Acredito que esse projeto será muito importante para nós. É a primeira vez que teremos uma ação como esta aqui dentro da comunidade”, diz seu Jadir, que antes de assumir a posição de Tuxaua trabalhou 26 anos como professor.

Evento marcado, seguimos em direção à comunidade Vista Alegre, percorrendo mais 28 km de estrada de piçarra.


Na comunidade, de 530 habitantes, fomos recebidos pelo 2º Tuxaua, o Sr. Zildo, que também exerce a profissão de professor e nos falou sobre trabalhos realizados pelos moradores e outros projetos que beneficiam a comunidade.


Após apresentação do projeto, marcamos o dia para a realização do evento, recebido com entusiasmo pelo Tuxaua.

Deixamos a comunidade Vista Alegre depois do meio-dia.




Pegamos a RR-319 em direção a Boa Vista cansados mas já com aquela sensação de início de missão cumprida. Conversando sobre os pontos fortes da viagem,
Edgar questiona o que mais chamou minha atenção nesse primeiro contato. Sem sombra de dúvidas, a seriedade no tratar sobre a melhoria da comunidade e o senso de responsabilidade presente nos dois administradores (tuxauas), foi algo que me deixou impressionada.

Bons ventos levam os pássaros. Esperamos que à nossa caminhada também.

E a literatura no projeto cultural?

 
Nilton Bobato *

 

Os sinais dados pela presidente Dilma em seu discurso de posse, deixando claro que o governo federal tratará cultura como um processo de desenvolvimento e atividade econômica, que aliado a fortes investimentos em educação, ciência e tecnologia, constituirá a base da nação que queremos construir, são alvissareiros.

Os primeiros passos da ministra Anna de Hollanda são expressivos, e no universo da simbologia, importantes.

Neste mesmo universo simbólico vale também salientar que a presidente Dilma, em seu discurso de posse, incluiu entre os bens culturais citados a literatura, outro fato inédito.

Estes indicativos precisam ser acompanhados de atos concretos.

A literatura necessita ser tratada como prioridade nas ações do Ministério da Cultura, mas mais do que isso, tem de ser olhada como centro de política de desenvolvimento, como centro de política do tipo de nação que queremos construir. Necessariamente deve fazer parte de ações articuladas de vários ministérios, notadamente a Cultura, a Educação, a Comunicação, o Desenvolvimento Social e o Planejamento.

No universo simbólico que tratamos aqui, os indicativos relacionados ao futuro das políticas para a literatura não estão claros. Falarão alguns, o governo não completou 15 dias, a ministra da Cultura ainda tenta conhecer os prédios e os servidores, etc. No entanto, políticas centrais devem ser sinalizadas nos primeiros dias, pois é nestes dias que se constitui o foco principal do governo.

É querer muito diante dos desafios que o país ainda tem de cumprir na área social? Se olharmos para a base da nação que queremos constituir, o investimento em literatura deve ser tratado no mesmo patamar de prioridade da educação, da ciência e tecnologia e da cultura. A literatura, como arte, é base da constituição de um tipo de pensamento.

Não falo aqui somente no ato do incentivo a leitura, também de fundamental importância, ou de políticas de incentivo ao livro, cruciais para o futuro. Falo do tratamento da literatura pelo Estado como parte da estruturação da identidade nacional, de uma arte, de uma economia.

Foram fortes as ações nos governos Lula na área do livro e da leitura. Constituiu-se o Plano Nacional do Livro, Leitura e Literatura (PNLLL), temos o Fundo Setorial, a Lei do Livro, ampliação do número de bibliotecas, formação dos agentes de leitura, investimentos na área cultural para o livro que saltaram de míseros R$ 8 milhões nos desgovernos do sociólogo para mais de R$ 100 milhões, entre outras.

O Ministério da Cultura ainda precisa constituir investimentos específicos para a literatura como arte, regulamentar a Lei do Livro, reconstruir o Instituto do Livro, entre outras políticas.

No entanto este é o limite do Ministério da Cultura, é preciso urgentemente ampliar as articulações com o Ministério da Educação, com ações como formação de professores mediadores de leitura, abertura das bibliotecas escolares para a comunidade e agentes de leitura.

Já há uma forte participação do Ministério da Educação no PNLLL que precisa ser acrescida de outras políticas de base, notadamente na rotina das políticas educacionais do país e na formação dos professores e funcionários da educação.

Esta articulação, se somadas a ações institucionais de vários outros ministérios constituirá a base de uma política literária realmente efetiva.

* Vereador do PCdoB em Foz do Iguaçu (PR), membro do Conselho Nacional de Política Cultural, professor e escritor. Publicado no site Vermelho.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Leituras: Antonio Hohlfeldt


O velhinho que virou criança
Editora Mercuryo Jovem
Literatura infanto-juvenil
Leituras: Almir Mota


O Fantasma do Forte
Editora Casa de Prosa


Leituras: Jack Kerouac


 
Big Sur
Editora L & PM
Romance da geração beat

Leituras: Mouzar Benedito



 

Barão de Itararé - Herói de três séculos
Editora Expressão Popular
Biografia e humor
Leituras: Ziraldo
 

Zérois - Ziraldo na tela grande
Catálogo de uma exposição no CCBB - 2010
HQ - artes plásticas
Leituras: Daniels Sevahc

Micrônicas - Série Enigmas
Edição do autor
Micronarrativas visuais
Leituras: Millôr Fernandes
 

 Hai-kais
LP & M Editora
Poesia e humor

Leituras: Edward W. Said

Cultura e Política
Boitempo Editorial
Opinião
Matérias com Edgarzinho - Sua ida à escola

Não li toda a matéria desta quarta (12.01) do jornal Folha de Boa Vista, mas posso garantir que é a melhor dos últimos tempos na parte de variedades. Principalmente pela segunda fotografia, que é de autoria minha ou da mãe do Edgarzinho, não tenho certeza.
A matéria:


Primeira vez do filho na escola, e agora?

Data: 12/01/2011

Foto:  Arquivo

Adriana Cavalcante: “Estou tão empolgada com a ida do Arthur à escola, que já comprei todo o material”

MARTA GARDÊNIA

Na vida de uma mãe, todos os momentos dos filhos viram recordações e se tornam importantes. Há o primeiro banho, brinquedo, a primeira vez em que ele fala mamãe ou papai, por aí vai. Mas também tem outras fases da vida da criança que são importantes e podem gerar ansiedade e estresse, como a primeira ida à escola.

O sofrimento da mãe já começa com a escolha da escola, que deve atender a todos os seus anseios e objetivos. A lista é enorme: segurança, estrutura física, metodologia de ensino, capacitação de professores, preço, até mesmo o a religião é levada em conta.

Passada a procura pela escola ideal, começa a outra etapa: preparar a criança para ingressar no ambiente escolar. A terapeuta ocupacional Adriana Cavalcante é mãe do pequeno Arthur, de 2 anos e 5 meses, que vai à escola pela primeira vez.

Edgar Bisneto, de três anos, está sendo preparado pelos pais para o primeiro dia de aula

Segundo Adriana, um dos motivos de matriculá-lo em uma escola era a necessidade de socialização e defesa. “Acho que ele já está mais independente e precisa conviver com outras crianças, sair um pouco do círculo familiar”.

Mas esse passo não é tão simples assim. Se os filhos têm que estar preparados, os pais também. A psicóloga Maria do Socorro Lacerda conta que os mais muitas vezes são mais inseguros do que os filhos. “É uma ruptura para ambos, mas deve ser encarada com simplicidade, porque se a criança sente que os pais estão com medo, ela também sentirá”.

Adriana Cavalcante já está preparando o filho que ingressará na escola no início de fevereiro. “Eu falo que ele vai para uma escolinha, que terá novos amiguinhos. Acho que ele não entende muito bem, mas é uma forma dele começar assimilar essa nova fase”.

A consultora cultural do município, Zanny Adairalba, é mãe do pequeno Edgar Bisneto de três anos. Ela também vive o dilema da primeira vez do filho na escola e sente receosa com essa nova etapa do filho. “Eu não sei bem como ele reagirá. Será tudo muito novo. Nos primeiros dias a atenção será redobrada até que ele se acostume”.

Zanny também acredita que a escola é um local indispensável para o crescimento de uma criança. “Acreditamos que a escola vai muito além de um local para aprender a ler e escrever. É uma ferramenta de suma importância no processo de socialização da criança”.

Para a psicóloga Ruti Rodrigues, escola e família devem andar juntas e participar de todos os processos. “Se no primeiro dia de aula a criança chorar muito e o pais se sentirem inseguros, a escola deve incentivar a permanência deles no local por meia hora ou até a metade da manhã”.


Pais seguros, filhos seguros

Oberti Oliveira e Adenice Viriato, pais da pequena Eva Viriato, que já se familiarizou com a escola

A família é a primeira referência da criança, com o qual aprende valores, normas de conduta e principalmente, onde encontrar segurança e aconchego. A ida para escola pode representar um rompimento temporário desse ideal de mundo que o pequeno traz consigo. Num local diferente do que ele está acostumado, será necessário fazer novos amigos e se comunicar.

Para ajudar nesse novo cotidiano, facilitar e amenizar os conflitos dessa nova etapa, a família é peça fundamental. Os pais, segundo a psicóloga Ruti Rodrigues, devem estimular a criança a se interessar pelo espaço escolar, com conversas e brincadeiras.

“É muito importante que os pais passem segurança para essa criança que vai iniciar uma nova etapa, tudo de ser feito por meio de conversas. É interessante que a leve antes para conhecer a escola e explique que lá será um lugar cheio de amiguinhos e brincadeiras”, explicou Ruti.

A filha da jornalista Adenice Viriato Oliveira foi para a escola quando tinha um ano e dois meses. De acordo com ela, a adaptação foi rápida e boa, embora o choro da primeira semana tenha sido inevitável.

“O primeiro dia foi um pouco difícil para ela, durante o caminho eu e meu marido fomos conversando, explicando que ela iria conhecer outras crianças, ter uma tia bacana. Mas mesmo assim, não teve jeito, chorou, pelo menos enquanto eu e o pai dela estávamos lá. Mas hoje ela adora a escola e coloca em prática muitas coisas que aprendeu, está mais sociável”.


Como os pais podem ajudar

A psicóloga Ruti Rodrigues explica que a criança deve entender que ir à escola é bom e não uma tortura. Os pais podem contribuir para que a ida à escola se torne um momento agradável e “normal”.

Acompanhe algumas dicas:

-Explicar com conversas que ir para a escola é normal. Falar dos casos de todos as crianças que também vão aprender, brincar e fazer amigos novos;

-Ir para a escola não é um castigo, é um momento importante;

-Levar a criança a conhecer a escola antes do início das aulas;

 -Fazer as compras de tudo o que é necessário com a criança. Deixe-a escolher a mochila e outros materiais de acordo com o gosto dela;

-Não falhar os horários, nem de entrada, nem de saída. A pontualidade deve ser estimulada e vale também para o momento em que se vai buscar a criança;

-Perguntar como correu o dia e o que fez a criança e os amigos;

-Aceitar a tristeza e a inadaptação dos primeiros dias;

- Chorar é normal, mas não se pode ceder e fugir da rotina;

-Acompanhe os trabalhos da aula e os trabalhos de casa;

-Tornar a ocasião um momento especial, uma festa.

terça-feira, janeiro 11, 2011

Poesia na rua


Poema ilustrando uma parede qualquer, nas ruas dos arredores da praça da Figueira, em Florianópolis (SC). Novembro de 2010.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Pulando pros três anos




Edgarzinho, luz de minha vida, fonte de alegrias e despesas crescentes, reflexo de minha alma, água da minha poesia, objeto de minha paixão, indiozinho rei de minha aldeia, pajé de meu espírito, causador de preocupações, dono do olhar mais poderoso que já colocou seu peso em mim.

Músicas dos mexicanos do Maná que me lembram o indiozinho:




domingo, janeiro 02, 2011

Esse tal de 2010 que finalmente foi embora

A imagem é do blog Arte e Rabisco

O ano acabou e me parece que foi tarde...parece coisa de gente pessimista, né? Mas é só uma sensação supersticiosa de alívio.  Se todo janeiro é tempo de recomeçar e esperar coisas novas,  então tomara que a expectativa dê certo.

2010 foi um ano esquisito. Muitos problemas, algumas novidades e acho que a conta ficou no empate. Só que algumas complicações geradas pelos doze meses passados ultrapassaram a barreira do 31 de dezembro e já estão serelepes em janeiro de 2011 lembrando que ninguém começa do zero.

Digo isso principalmente pelo motivo que me levou a deixar o blog jogado às traças digitais: dores nas duas mãos (uma tendinite dupla, segundo os médicos) e, fechando dezembro com chave de ouro, dores na coluna e no pescoço. Diz o médico, olhando o raio X, que a chapa foi mal batida e que para um diagnóstico exato precisava mesmo da ressonância magnética e de um outro exame  chamado eletroneuromiografia dos membros superiores (esse não faz aqui em Roraima em canto nenhum. Pelo SUS só rola em sistema de mutirão de 3 em 3 ou de 4 em 4 meses, e eu cheguei com uns quinze dias de atraso no último.).

Essas malditas dores não me deixam produzir textos como gostaria. Impedem meu bom desempenho no trabalho. Limitam meus exercícios (a esperança de emagrecer foi pras cucuias). Enfim, uma droga de situação que já entrou em 2011 avisando que o tempo nem sempre é o senhor da solução.

Bom, entre dores, paradas e alongamentos, vamos ao tradicional (?) texto de balanço do ano que passou. Vou fazer na base na lincagem de meu banco de dados (leia-se blogs). A memória curta é salva pelo mundo virtual. O que não tiver link é um lapso no buraco do esquecimento.

JANEIRO
Organizei (quando escrever assim, tanto pode ser sozinho ou em grupo, certo?) aqui em Boa Vista a assembléia setorial de cultura do segmento Livro, leitura e literatura, etapa preparatória da II Conferência Nacional de Cultura.  Fui eleito como um dos representantes do estado.


FEVEREIRO
 Participação sem sucesso na seletiva da V Mostra de Música Sesc Canta Roraima 2010, cujo resultado saiu em outro mês.

Exibição, na Casa Cultural do Coletivo Arteliteratura Caimbé, do primeiro longa roraimense: Remanescente das Sombras, dirigido por Alex Pizano e lançado em 2009.
Carnaval mais do que doente com uma gripe maligna. Para quem não sabe, gripe é uma das poucas coisas que abalam este índio urbano.

MARÇO
Participação em um curso de capacitação em elaboração de projetos culturais, realização do Ministério da Cultura. Fomos aprovados, conforme comunicado meses depois. Pela minha incapacidade de lidar com ensino à distância, acabei abandonando o curso on-line.

A revista Veredas, que publica mensalmente minicontos e micronarrativas, estampou alguns textos de minha autoria. Fui o destaque da edição de março.


Participação na pré-conferência setorial de Livro, Leitura e Literatura, realizada em Brasília. Teve até fotinha com o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira.

A grande ação do mês foi mesmo a celebração do Dia Nacional da  Poesia, pela segunda vez organizada e produzida pelo Coletivo Arteliteratura Caimbé, com muitas fotos para se ter uma ideia do que foi o evento.


MAIO
Reunião do Conselho Nacional de Política Cultural.

JUNHO
Criação, no dia 9, do blog Cultura de Roraima & afins. Tudo foi bem até quando não consegui mais escrever rotineiramente.

Meu miniconto “Cruzamento” foi publicado na Seção Área Livre digital da Revista Continuum, publicação do Instituto Itaú Cultural. O link foi retirado, mas eu juro que não foi invenção minha essa publicação.

Quarta reunião ordinária do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura do CNPC (Conselho Nacional de Política Cultural).

JULHO
 Viagem a São João da Baliza para ministrar uma oficina de criação literária em blogs .


Terceira edição do Vídeo Índio Brasil (VIB) no país e primeira em Roraima.

AGOSTO
Final do Vídeo Índio Brasil.  


Saiu o resultado da Bolsa de Circulação Literária da Funarte (Fundação Nacional de Artes). O meu projeto Caminhada Arteliteratura, a ser desenvolvido em comunidades indígenas de Roraima e na cidade de Palmares (PE), aquela que foi praticamente destruída pelas enchentes, foi um dos classificados pela região Norte.

SETEMBRO
 Exposição no Museu Integrado de Roraima (MIRR) para comemorar o Dia da Amazônia. Foi até novembro.
Organização da primeira leva do movimento #Versificados em Roraima

OUTUBRO

Participação numa mesa redonda sobre literatura, nas prévias da Feira de literatura do Sesc Roraima.

NOVEMBRO
 Uma semana infernal.

Terceira leva de #Versificados em Boa Vista

Viagem a Floripa e Brasília


Primeiro lugar na categoria poesia livre e segundo lugar na categoria conto livre do Prêmio Sesc de Literatura 2010. 

ATUALIZANDO: Os textos foram publicados nesta coletânea:

Durante a III Mostra Acadêmica de Expressões Artísticas do Meio Universitário de Roraima - Yamix -  foi publicada uma coletânea de contos, crônicas e poemas de alunos e professores universitários, eu no meio:



DEZEMBRO
 Selecionado com duas produções para a II Mostra Sesc Roraima de Curtas, realizada nos dias 10 e 11 dezembro de 2010 aqui em Boa Vista. Uma foi esta.
Ato público contra o abandono da Casa de Cultura de Roraima

(ATUALIZANDO) Participação com 3 microcontos no Livro de Microcontos ETC  Bienal, da editora BlogBooks, lançado em São Paulo. Para baixar ou comprar  o livro, aqui.



O restante do ano foram, como dito e redito, dores nos braços. Houve dias de alegria, dias de briga, faltou dinheiro, entrou dinheiro, coisas que não tive coragem de enfrentar a dor para escrever.
Edgarzinho, luz da minha vida, adoeceu, recuperou, sorriu, chorou, deu trabalho, irritou, fez dar risada, encantou. Fechou o ano comigo passeando, indo visitar os tidos postiços que lhe arranjo.
No mais, a vida vai que vai. E a gente vai junto.

Imagem do blog Falação