quinta-feira, abril 27, 2006

Notícias da fronteira


Roraima no vídeo

Domingo, 30 de abril, a TVE apresenta o documentário "Nenê Macaggi - Roraima Entrelinhas", que aborda a vida de Nenê Macaggi, escritora e garimpeira, a cultura regional e as relações entre os pecuaristas, garimpeiros e indígenas.Quem quiser dar uma olhada nas imagens da fronteira, é só ligar o televisor às 23h, horário de Brasília, 22h em Boa Vista.


Desintrusão

No município de Pacaraima, norte de Roraima, está rolando confusão. Cerca de 300 agentes da Polícia Federal acompanham técnicos do Incra e Funai no processo de avaliação de benfeitorias nas fazendas e vilas que se encontram na área indígena Raposa-Serra do Sol, que tem cerca de 1,8 milhão de hectares e abriga cerca de 15 mil índios das etnias Macuxi, Taurepang, Wapixana e Ingarikó.
O governo federal quer concluir logo o processo de desintrusão da área, o que signfica retirar todos os não índios da reserva.
Esse processo gera desde a semana passada notícias, acusações, fotos e charges de todos os tipos nos veículos de comunicação locais (Podem ser acessados clicando aí ao lado, na lista "Mídia Roraima"). Os maiores reclamantes da retirada são os arrozeiros, capitaneados por Paulo Quartieiro, prefeito de Pacaraima e inimigo número um dos índios que defenderam a área contínua, e políticos que xingam o presidente Lula de "vendilhão", "entrega pátria", "capacho das potencias internacionais" e outras gentilezas que só se dizem em casa mas não se repetem na rua. Ou, no caso, em Brasília.

Para ter mais informações, clica nesta pesquisa do Google.

Leia aqui a opinião do site Rota Brasil Oeste sobre o processo:


"A homologação da reserva Raposa Serra do Sol coroa um processo de luta de mais de 30 anos que envolve as etinas que vivem na região, sociedade civil, organizações religiosas e muita disputa política. Ao longo dos anos, a grilagem de terras, a exploração da mão de obra e, principalmente, o preconceito ameaçam uma população de 15 mil índios - metade da população indígena de Roraima.
Mesmo com as chamadas ressalvas, esta pode ser considerada uma vitória dos direitos indígenas. Agora, por exemplo, terão que sair da região as fazendas de arroz. Os donos destas terras são acusados de grilagem, de degradar o meio ambiente e de aliciar índios para defenderem sua permanência na regiaõ.
No entanto, permanecem os desafios de assegurar na prática a terra aos índios, de diminuir a violência e estimular a integração e resgate cultural dessas comunidades. Para tanto, seguem como obstáculos as forças políticas do estado que fundaram enclaves como o município de Uiramutã, mantidos pela homologação feita pelo governo. A vila, construída ilegalmente depois que a reserva já estava demarcada, foi apenas uma das manobras de políticos locais para tentar evitar a homologação da reserva. "

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Pois é, pois é, pois é. A homologação é um ato que gera conseqüências complexas, fáceis de serem analisadas de forma tendenciosa e passional. Por isso, os ânimos aqui estão exaltados e as discussões sobre o tema são comuns em todos os lugares, em todas as classes sociais. Em resumo, é a assunto da semana, muito mais importante que o deputado que pediu ressarcimento de R$ 60 mil da Câmara por gastos com combustível.


Bom, agora vou descansar que segunda é dia do trabalhador...

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