quarta-feira, novembro 10, 2004

TSE nega recurso e governador de Roraima deve deixar cargo (Folha Online)

TSE afasta o governador de Roraima (Agência Estado)

Ottomar será diplomado à tarde no TRE e empossado à noite na ALE (Brasil Norte)

A queda do governador Flamarion Portela e o retorno de Ottomar Pinto ao governo estadual deixou muita gente suando em Roraima. E não foi por conta dos mais ou menos 40 graus de temperatura ambiente que estamos passando em Boa Vista.
Ottomar no poder significa a total reengenharia da política roraimense, com mudanças óbvias nos cargos de chefia do governo e o revigoramento do grupo do velho brigadeiro, que passou os últimos quatro anos à mingua e está com fome, muita fome.
Significa também que o foco dos investimentos estaduais deve mudar, com novas empresas sendo beneficiadas pelos contratos e novas prioridades sendo estabelecidas.
A decisão da justiça é um tapa na cara do PT local, partido do qual Flamarion estava licenciado desde o ano passado.
Com o novo governador, o PT perde a liderança do governo na Assembléia Legislativa e a chefia de secretarias importantes como a de Educação, com 900 cargos comissionados e 12 mil postos de trabalho.
O retorno doerá principalmente para algumas empresas de comunicação, a exemplo do grupo Folha de Boa Vista, cujo dono é irmão do ex-vice-governador Salomão Cruz e redator de uma coluna que nunca poupou críticas ao brigadeiro, além de desqualificar a batalha judicial vencida na noite de terça-feira.
Mas será fantástica para outras, como a retransmissora da Rede TV!, pertencente à esposa de Ottomar, ex-senadora Marluce Pinto. Quem sabe, até surja um novo jornal na cidade.

Este cronista só quer saber, caso não haja nenhuma reviravolta judicial:
1) Será que Ottomar, principal denunciante do esquema dos servidores fantasmas, vai montar cooperativas e criar novos cargos comissionados para contratar seus seguidores ou vai chamar com mais celeridade as pessoas que foram aprovadas no concurso de preenchimento das vagas do quadro funcional do Estado?
2) Quais serão as prioridades administrativas do novo governador, conhecido como homem de priorizar grandes obras?
3) Como será a relação com os deputados, que o renegaram desde que deixou o governo estadual em 1992, depois de eleger Neudo Campos, o herdeiro malvado?
4) Como fica a questão dos cargos federais à disposição do PT local (aliás, perderam nesta quarta a superintendência do Incra)?
5) Como será a disputa eleitoral daqui a dois anos, caso o grupo de Ottomar entre em confronto direto com o do senador Romero Jucá, atualmente o mais estruturado de Roraima?
6) Onde vão enfiar as caras aqueles que passaram dois anos andando de salto alto por conta dos postos e benefícios recebidos pelo governo de Flamarion Portela?
7) Será que o brigadeiro vai agüentar o tranco de governar um Estado que deve muitos de seus problemas a ele, conforme sempre disse a oposição?
8) Será que Flamarion continua vivendo no Estado?

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