sexta-feira, setembro 03, 2004

Atendendo a pedidos, mais uma da série "Escritos para mulheres especiais."

Perguntas no mar


A manhã surge no convés do navio e
A mesma pergunta de todos os dias é refeita:
Que estranho som é este que nos persegue e enfeitiça,
Que nos prende e libera a seu gosto, canto de sereia invisível?
As ondas, nas quais deslizam barcos aventureiros,
Balançam indiferentes ao nosso esforço e suor.
Somos corsários, piratas, descobridores.
Somos caçadores na terra prometida, habitamos o além-mar.
Navegamos em águas profundas, tememos apenas o horizonte,
Lá onde o oceano termina, lá na casa dos deuses.

O sol ergue-se soberano, acorda os ventos, clareia o céu,
As velas se agitam e nenhum pássaro pousa nos mastros.
Teremos um dia sem tormentas, sem surpresas,
Bem longe de um porto seguro, sem gaivotas para espantar.

O dia termina para novamente a lua reinar suprema
E, de novo, ninguém descobre que canto é este,
Que domina marinheiros sem pátria ou razão
E os impulsiona a conquistar reinos abissais
Respirando com dificuldade e fazendo-os perguntar-se:
Que águas são estas que escorrem pelas nossas mãos?
Que sete mares são estes, agitados e pacíficos,
Neste sul e norte afastados por um ponto cardeal qualquer?


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